Nesta segunda-feira, os estudantes do Ensino Fundamental e do Ensino Médio de Caxias do Sul serão apresentados a um início de ano letivo com poucas novidades, o que é ruim quanto estamos falando de educação. Se na rede municipal, a notícia mais impactante é a bem-vinda inauguração de uma escola na Zona Oeste, na rede estadual a situação é esquisita: apenas 20% das instituições da cidade abrirão as portas para os alunos hoje, sendo que as demais ainda estão em recuperação das aulas por força da greve dos professores do ano passado ou seguirão em férias até março e abril também devido à paralisação. Confira:
Foco na qualificação
Cerca de 42 mil crianças e adolescentes são esperados nesta segunda-feira para o início do ano letivo na rede municipal de ensino de Caxias. Além da inauguração de uma escola na Zona Leste, não haverá novidade com relação à ampliação de infraestrutura para este ano. Segundo a titular da Smed, Marina Matiello, estão sendo avaliadas possíveis reformas em prédios, porém, a prioridade são os projetos de qualificação da rede de ensino.
— A palavra de 2018 é qualificação. Fizemos as principais mudanças estratégicas, pedagógicas e administrativas que precisávamos e agora vamos qualificar esses processos — acrescenta Marina.
Entre as alterações, a secretária destaca o aumento de turmas de aceleração de três para 22 para atender estudantes com déficit de aprendizagem ou distorção idade-série. Também estão previstas ações pedagógicas de formação para educadores, cujo objetivo é incentivar de uso de metodologias alternativas. Ao todo, cerca de 3 mil servidores retornam às atividades com o início das aulas.
Marina Matiello espera que a tranquilidade prevaleça após período conturbado do final do ano passado:
— O ser humano é acostumado a uma rotina e as mudanças causam desgastes e ansiedades. A partir de agora, em que já se estabeleceram as mudanças, acredito que teremos relações mais positivas e tranquilas _ comenta Marina.
Única inauguração do ano
Como ato de lançamento do calendário de 2018, a Smed abre as portas nesta segunda-feira a Escola de Ensino Fundamental Cidade Nova, na Zona Oeste, que atenderá 540 estudantes.
O prédio era uma antiga reivindicação dos moradores da comunidade. A licitação para a construção da escola foi lançada em 2013, mas a rescisão de contrato por parte da empresa responsável, que alegou dificuldades financeiras em 2015, travou a obra. A retomada dos trabalhos só ocorreu dois anos mais tarde, após a reformulação do projeto. Serão quatro turmas de Educação Infantil para crianças de quatro e cinco anos, além de duas turmas da 1ª série e uma turma de cada um dos anos restantes do Ensino Fundamental. A escola possui nove salas de aula, além de laboratórios, refeitório, quadras de esporte e acesso para pessoas com deficiência. O empreendimento custou cerca de R$ 2,9 milhões ao município.
A prefeitura diz que o processo licitatório para a construção da escola no loteamento San Gennaro, no bairro Santa Catarina, deve ser lançado ainda no primeiro semestre. A instituição vai atender crianças e adolescentes do Residencial Rota Nova. Não há previsão para conclusão.
Cuidadores
Outra polêmica de início de ano envolve os cuidadores de crianças com deficiência na rede municipal. São 275 monitores que iniciam o atendimento a cerca de 400 alunos. Após impasse envolvendo a suspensão do processo licitação para a empresa que forneceria os profissionais para a rede, por meio de dispensa de licitação, a Smed estabeleceu contrato com a TopSul Promoções, que ofertará o serviço. Posteriormente, durante as férias de julho, um novo edital deve ser relançado para um novo e prolongado contrato.
A Smed diz que pedidos de transferência para outras escolas estão sendo avaliados. Porém, a orientação é de que alunos frequentem as instituições às quais foram designadas até que haja uma resposta da confirmação, ou não, da transferência.
Calendário híbrido
Nunca um calendário foi tão maluco neste ano quanto na rede estadual. A greve do ano passado afetou as escolas de tal forma que as atividades serão retomadas em conta-gotas em Caxias do Sul. Nesta segunda-feira, segundo a 4ª CRE, serão 10 instituições que abrirão as portas, pois a maioria dos professores não participaram da greve em 2017 e não houve prejuízo no andamento do ano letivo. Nesta quarta-feira, outras três escolas voltam às aulas.
Já na próxima segunda-feira, dia 26 de fevereiro, haverá o retorno gradual de 41 instituições. Ou seja, as alunos e pais já foram comunicados de que poderão comparecer na escola neste dia ou em datas posteriores que devem se estender até o início de março. Os estudantes da Evaristo de Antoni, no São José, e da Clauri Flores, no Vila Ipê, só entrarão no ritmo escolar dias depois. No caso, em março e abril, respectivamente. São 56 escolas estaduais em Caxias que atenderão cerca de 30 mil alunos em 2018.
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