Consultados pela reportagem, os maiores colégios estaduais de Caxias do Sul não devem aderir à paralisação geral convocada a partir desta terça-feira em todo o Estado. A greve foi anunciada na semana passada pelo Cpers como forma de pressionar a Assembleia Legislativa, que se prepara para votar o pacote de medidas para conter a crise financeira no Rio Grande do Sul. Outras categorias estaduais também devem ser mobilizar na Capital.
No caso das escolas, a baixa adesão já era esperada pelo 1º Núcleo do Cpers, que abrange a região de Caxias do Sul. Boa parte dos colégios já programou o encerramento do ano letivo entre esta e a próxima semana. A 4ª Coordenadoria Regional da Educação (4ª CRE) também diz não ter recebido informações sobre a mobilização de professores nos colégios.
– Vamos saber se há adesão a partir de hoje (terça-feira). Mas muitas escolas preferem não arriscar com a proximidade do fim do ano – pondera Janice Moraes, coordenadora da 4ª CRE.
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Entre 10 e 15 professores devem sair de Caxias do Sul na manhã desta terça-feira para apoiar os protestos em Porto Alegre. Nesta segunda-feira, deputados de várias bancadas da Assembleia pediram ao Departamento de Assessoramento Legislativo (DAL) a inclusão dos projetos do pacote na Ordem do Dia para votação em plenário. Um requerimento com várias assinaturas foi entregue. Com a publicação do documento no Diário Oficial de terça-feira, as propostas podem ser apreciadas a partir de quinta-feira.
A manobra faz parte de articulação entre o governo do RS e a base no Legislativo para acelerar a tramitação das matérias e concluir a votação antes do recesso, marcado para o dia 23.
Entre os itens mais contestados do pacote do governador José Ivo Sartori estão a extinção da licença-prêmio e o término da cedência remunerada de servidores para sindicatos. Além disso, os professores defendem a garantia do pagamento em dia do 13º salário e o fim do parcelamento salarial mensal. Sartori planeja economizar R$ 6,7 bilhões nos próximos quatro anos. Sem a série de medidas, o déficit projetado pelo Piratini é de cerca de R$ 8,8 bilhões até 2018.