
Mais de três anos após a prefeitura enfrentar um problema com a proliferação de ratos nas principais praças de Caxias, a situação parece se repetir, pelo menos em São Pelegrino. Comerciantes de estabelecimentos próximos da praça João Pessoa reclamam que os bichos estão criando tocas nos canteiros e ajudando, junto com as pombas, a sujar o espaço.
Confira as últimas matérias do Pioneiro
Eles aparecem mais no final da tarde e, segundo os trabalhadores, não se incomodam com a presença de pessoas.
- É nojento porque existem de todos os tamanhos. Já vi uns enormes, que são sujos, e ficam entrando nas tubulações de esgoto. Cansei de chegar para trabalhar e ter que espantar bichos aqui de dentro da banca de revista. Não mato, sei que não podemos matar, mas é bem ruim ter que conviver - diz Terezinha Mello, funcionária de um estabelecimento na praça há anos.
Elcy Reis de Jesus, 70 anos, contratada da prefeitura para limpar e zelar pela João Pessoa há pelo menos seis anos, confirma que há muitos ratos no espaço. Ela diz que eles estão surgindo com mais frequência nos últimos dias e acredita que a comida que é dada aos pombos pode estar ajudando a multiplicar o número de roedores:
- Tem gente que vem aqui todos os dias e larga pão e milho nos canteiros. Já vi os ratos comendo até fezes de manhã cedo, então tudo faz com que eles não saiam daqui. A situação é bem ruim no final da tarde, é possível sentir um cheiro de carniça bem forte no começo da noite. Limpei muitos mortos, mas tenho medo porque tem uns que são grandes. Na semana retrasada avisei o pessoal da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) que tinham muitos rondando. Aí foi colocado veneno nas tubulações. Adiantou, mas eles voltarão.
O secretário do Meio Ambiente, Adivandro Rech, explica que um controle de ratos é feito mensalmente por uma bióloga da Semma nas praças da cidade. Ele garante que não há indícios de uma nova infestação em Caxias, nem nada parecido com o que ocorreu em 2013:
- Naquele ano encontramos muitos animais porque nada era feito há bastante tempo para conter o problema, mas agora temos um controle. Em 2013 uma empresa foi contatada para fazer a desratização de forma emergencial. Em setembro de 2014, a prefeitura contratou, por um ano, outra empresa para realizar o serviço em diversos pontos da cidade. Desde então, realizamos um monitoramento porque a situação não exige ações maiores.
Onde há comida, há rato
Os ratos se proliferam, principalmente, em lugares nos quais conseguem se alimentar. Por isso, para evitar o aumento do número desses animais, é imprescindível evitar jogar restos de comida e lixo no chão, de acordo com o coordenador da Vigilância Ambiental da prefeitura, Julinho Santini.
- Não importa a estação do ano, os ratos sempre irão em busca de abrigo, acesso, alimento e água. Mas muitas vezes não é preciso nem ter os quatro elementos. Muito lixo acumulado, com comida, pode ser o suficiente - explica Santini, que afirma que nenhum caso de leptospirose, principal doença transmitida pelos roedores, foi notificado pela secretaria da saúde no bairro São Pelegrino.