O Hospital Geral (HG) completa a maioridade neste sábado e tem grandes planos para os próximos anos. Um deles, o mais audacioso, é deixar de ser uma unidade hospital para virar um complexo. A mudança exigirá um aumento do número de atendimentos, além de qualificação na estrutura e de pessoal, objetivo que instituição pretende alcançar até 2020. O projeto de expansão começou a tomar forma em 2014, com o início da construção de um novo prédio que ampliará o hospital em mais de 70%. Orçada em cerca de R$ 20 milhões e sem prazo para ser concluída, a obra abrigará o Hospital Materno-Infantil, numa parceria entre os governos Estadual, Municipal e a Fundação Universidade de Caxias do Sul (Fucs).
- Com a ampliação, passaremos de 217 para 355 leitos. Dependemos de verba para equipar o prédio. Mas esse é um dos projetos do plano estratégico, que ainda busca excelência no atendimento e no ensino - explica Sandro Junqueira, diretor do Hospital Geral.
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O tripé assistência-ensino-pesquisa, de acordo com Junqueira, é o que solidifica e faz com que o Hospital Geral continue crescendo nesses 18 anos, mesmo em época de crise econômica. Com atendimento exclusivo pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o hospital recebe ajuda de empresas privadas, mas depende de verba pública.
- Essa crise de agora é uma das mais fortes que já enfrentamos. A de 2007 foi grande também, mas superamos. Mas nesses 18 anos, muitos hospitais do Estado, com a mesma estrutura que a nossa, foram fechados, tiveram serviços suspensos. Nos orgulhamos de seguir em frente - diz Junqueira, há oito anos na direção da instituição.
Anualmente, o HG realiza 1,2 milhão de atendimentos, sendo referência para mais de 1 milhão de habitantes dos 49 municípios da 5ª Coordenadoria Regional da Saúde. Um dos serviços é destaque na área de saúde: a Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), que retomou o tratamento com radioterapia e duplicou a capacidade de atendimento para quimioterapia a pacientes do SUS em 2014. Além disso, a instituição forma médicos especialistas em 13 áreas.
- Passam pelo hospital, por semestre, mais de 650 acadêmicos da UCS, que têm todo o suporte de uma grande e moderna unidade hospital. O HG presta assistência à saúde, mas os projetos em pesquisa e formação de profissionais também são prioridades - destaca o diretor de ensino, Petrônio Fagundes de Oliveira Filho.
Uma vida dentro do HG
O armário de aço e a máquina de escrever que preenchiam a sala da secretária Rosana Mary da Silva, 50 anos em 1998, deram espaço para móveis planejados e computadores de última geração. Mas o ambiente e os equipamentos de trabalho não foram as únicas mudanças pelas quais a caxiense, uma das primeiras funcionárias do hospital, passou nesses 18 anos. Na época da implantação do HG, Rosana era funcionária da Universidade de Caxias do Sul (UCS) e foi convidada a trabalhar no espaço de saúde como secretária da diretoria. No início, a instituição oferecia apenas os serviços de neonatologia e obstetrícia e ginecologia:
- Nunca tive tanto contato com os pacientes, mas sempre ouvi falar bem do lugar onde trabalho. Nunca precisei me internar aqui, graças a Deus, mas se precisasse, faria isso com a maior segurança. Estou aqui desde o início, já vi trocar a diretoria, mas o cuidado com as pessoas é o mesmo sempre. O hospital cresceu muito nesses anos todos. E vai crescer mais.
Trabalhando de segunda a sexta-feira, Rosana fez muitos amigos no HG nesses 18 anos. Diz que se acostumou com o cheiro característico de um hospital, do barulho das ambulâncias que levam doentes, e sente orgulho de trabalhar em um lugar que é referência em diversas especialidades.
- Não é só a parte estrutural que cresceu nesses 18 anos. Muitos médicos, antes de se formarem, passaram por aqui. Pacientes foram curados, tratados nessas salas. Ajudei a construir a minha sala de trabalho e gosto de fazer parte dessa história.
Comemoração
Hospital Geral, em Caxias, completa 18 anos e quer ser um complexo
Instituição foi inaugurada em março de 1998
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