Dia do Hip Hop tem shows na Praça Dante à tarde e nos Pavilhões à noite nesta terça

O ambiente artístico caxiense vai além de tarantelas e cantorias. Há tempos, as periferias da cidade afirmam novas rimas, outros jeitos de faze arte. É este ambiente das culturas urbanas que, enfim, desfila pela Plácido de Castro e ganha palco especial, hoje, à tarde e à noite, na programação da Festa da Uva. À tarde, na Praça Dante, e à noite, nos Pavilhões, rappers, b-boys, MCs e grafiteiros sinalizam a nova cena de uma Caxias contemporânea.
 
- Demorou 19 anos para sermos contemplados. E isso digno, é bacana, pois demonstra o amadurecimento dessa cultura . Percebo que a rapaziada está mobilizada e numa felicidade só -   diz Chiquinho Divilas, do Poetas Divilas, há 18 no corre.

INFO: confira a programação completa, guia de serviços, mapa dos Pavilhões e atrações extras

A programação que une os projetos Musica Daqui e Cultura na Festa reúne desde a poesia engajada dos Divilas à pregação rimada de Mano Natu e DJ Hood, chegando ao gangsta do Impacto Gangster.

Na rima, na real, o Dia do Hip Hop reconhece ambientes de criação que, como diria o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, "são laboratórios nos quais novos modos de coabitação humana são concebidos e testados". Dessas zonas autônomas e transitórias de produção de arte e cidadania surgem b.boys, MCs, grafiteiros, rimadores que, enfim, estão no corso com seu cortejo autoral.

Plácido consagra trio de soberanas durante o desfile da Festa da Uva

- Estamos reivindicando este espaço há muito, nós buscamos e queremos ele. Pensamos nas nossas comunidades e em outros migrantes na cena, nas outras culturas da cidade. O hip hop contempla isso-  destaca Chiquinho.

Na seleção de doze artistas do rap, o grupo de dança Essência Crew e os grafiteiros Maickol / Zo, Marquinhos, Gustavo Gomes e Lucas, que produzirão painéis à tarde e à noite durante os shows, a programação contempla e reconhece a emergência das culturas urbanas caxienses.

Primeiro desfile na Plácido de Castro, em Caxias do Sul, agrada

-  Acredito que 90% do movimento está contemplado, são várias frentes, vários jeitos de fazer, rap: do antissistema, ao trabalho de linguagem social e o gospel - avalia o rapper.

Segundo Chiquinho, o Dia do Hip Hop e os desdobramentos dele afirma os tais horizontes que do slogan da Festa da Uva 2016.

-  Investir nisso é dar continuidade a um pensamento de inclusão. Estamos sendo originais dentro da Festa e mantemos nosso discurso crítico. Essa união conquistada nos deixa feliz, mas nos desafia a novas conquistas. Para a próxima Festa, queremos mais.