Ainda não estamos em um mundo em que as pessoas não matam bichos para comer, que as doenças não nos façam sofrer, que os corruptos não existam, mas pelo menos estamos caminhando (a passos largos) para um mundo em que a mulher não é um/o sexo frágil. Tá, ok: um dia foi, hein? Ah, foi, sim.
Se existiu uma época em que era normal que a mulher ficasse em casa cozinhando enquanto o homem ganhava o dinheiro fora, em que elas não ocupavam grandes cargos em empresas e que mal eram respeitadas e que tinham suas vozes ignoradas, sim, éramos consideradas um/o sexo frágil. Hoje é só dar uma olhada para o lado para ver que isso mudou. E maravilhosamente para melhor. É claaaro que ainda há quem defenda isso e que prefira ficar no anonimato da vida - e atrás das calças do homem. Prefiro distância desse pessoal, viu.
É pouco bom bater no peito e pensar que somos independentes? Uma das melhores sensações do mundo, acho. Mas, ó: não gosto daquele papo de que não preciso de homem pra nada, que sou autossuficiente e que as mulheres são os seres mais incríveis do mundo. Ok, somos incríveis. Mas eles também são.
Divido (e pago) conta de restaurante, troco o pneu do carro, vou buscar pra jantar. Só não me peça pra matar aranha ou trocar a resistência do chuveiro. Ah, mas aí a questão é o meu medo do bichinho e da energia elétrica e nada mais. Torço o nariz, e torço mesmo, pra aquelas que acham um absurdo ter que pagar pelo jantar ou que acham, resumidamente, que homens e mulheres têm funções específicas em um relacionamento. Eu cozinho, ele corta a grama. Eu lavo a louça, ele dirige. SÉRIO ISSO?
Mas não sou mulher-ogro e acho que aceitar gentilezas é algo fantástico. E é disso que um relacionamento precisa e se propõe, não? A troca, as vontades, o respeito. Valorizo - e muito! - o homem que faz de tudo pra ver meus olhos brilhando. Valorizo quando ele me convida para jantar. Adoro ficar com os pés pra cima tomando cerveja no sofá enquanto meu namorado prepara os ingredientes pra fazer aquela massinha que como sem parar. Valorizo quando ele leva a Malu passear. Valorizo, acima de tudo, que a minha posição como mulher não seja rotulada.
Opinião
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