Nesta quarta-feira, 6/5, dia em que as instituições filantrópicas de saúde fazem manifestação contra o corte de verbas do governo do Estado, o Hospital Geral, em Caxias do Sul, decidiu cancelar as 104 consultas eletivas marcadas para o dia. Também foram suspensos 600 procedimentos, entre exames laboratoriais, de imagem e cirurgias eletivas que serão reagendadas. Em Caxias, o Hospital Pompéia também ameaça reduzir leitos.
As ações serão tomadas para chamar a atenção da comunidade regional pelos cortes financeiros do Estado aos hospitais filantrópicos: a rede de hospitais sem fins lucrativos do Estado, composta por 245 Santas Casas e hospitais filantrópicos, não está recebendo o apoio financeiro por parte do governo desde o ano passado. O corte no orçamento irá alcançar, se mantidos até o final do ano, mais de R$ 300 milhões.
O montante residual de 2014 é referente ao cofinanciamento do Estado, dos meses de outubro e novembro, que alcança o valor de R$ 132,6 milhões. De 2015, há o corte de R$ 25 milhões mensais também referentes ao cofinanciamento do Estado, sendo esse o único recurso que realmente vinha sendo alocado para reduzir a dívida dos hospitais com o SUS. O déficit, a cada ano, é superior a R$ 400 milhões, e esses recursos são essenciais para o pleno funcionamento das instituições hospitalares.
A situação no Hospital Geral não é diferente dos outros hospitais filantrópicos. A instituição não recebeu, de outubro a novembro do ano passado, a quantia de um milhão de reais e, referente aos meses de janeiro a abril deste ano, deixou de receber dois milhões de reais. Segundo a direção do HG, se os cortes no orçamento persistirem, o atendimento poderá ser afetado, o que ocasionará uma redução de até 42% do atendimento de média complexidade, este número representa 132 mil atendimentos ambulatoriais e 4.150 mil internações em um ano, que deixarão de acontecer.
Para marcar esta quarta-feira, o Hospital Geral irá promover uma ação de saúde, com teste de pressão arterial, orientações de saúde e distribuição de panfleto com informações sobre os motivos da manifestação. Essas atividades serão realizadas em frente ao HG, na recepção principal. Os funcionários do hospital, em forma de protesto, estarão usando um laço preto.
A Secretaria Estadual de Saúde afirma que os contratos firmados com hospitais estão em dia. Segundo a assessoria de comunicação, o governo está aberto para discutir a situação com os hospitais.
