A Uergs em Caxias do Sul chegou aos seus 11 anos de fundação sem prédio próprio e contabilizando menos de 40 alunos. Hoje, a universidade divide salas de aula com o Colégio Cristóvão de Mendoza, tem sete alunos de Tecnologia e Agroindústria e 31 de Ciências e Tecnologia de Alimentos.
Em setembro do ano passado e após uma mobilização de cinco anos, a Assembleia Legislativa aprovou a doação de cinco hectares da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) para a unidade, mas ainda não há previsão para o uso do espaço.
Tornar a universidade mais relevante para a comunidade caxiense é o desafio do novo diretor do campus região II, o professor Rodrigo Koch. A região compreende ainda as unidades de São Francisco de Paula, Bento Gonçalves, Encantado, Montenegro e Vacaria. Koch é formado em Educação Física, é pós-graduado em Administração e Marketing e Mestre em Educação.
É professor da universidade desde 2011 e coordenava o curso de Pedagogia da unidade de São Francisco de Paula. Eleito por votação de professores, alunos e agentes administrativos, toma posse nesta terça em solenidade em Porto Alegre.
Como pretende resolver a questão de um prédio próprio para a Uergs, que hoje está num colégio estadual?
Essa realidade de Caxias é a da maioria dos polos da Uergs. São poucas as unidades que dispõem de um prédio ou terreno próprio. Nos últimos dois anos é que a Uergs está recebendo doações ou cedência de terrenos. O que temos que fazer enquanto diretor e reitoria é tentar, junto ao governo, convencer o aumento de orçamento para que a gente consiga conseguir prédios próprios ou emendas parlamentares para recursos extras. Na situação atual do governo isso é bem difícil. Por enquanto, Caxias vai ter que continuar no instituto estadual de educação e continuar a negociação.
Mas há a perspectiva que isso se resolva nos próximos anos ou não é a prioridade?
Desde que foi criada, em 2001, a cada governo se caminha um pouco, se vai mais adiante. Hoje pelo menos metade das 24 unidades tem prédio ou terreno próprio, quando começou nenhuma tinha. Só que é um processo lento. Somos uma instituição pública e sofremos com a morosidade. A partir de agosto vamos tentar conversar com o governo e tentar colocar em prática essa ideia da construção, pelo menos em algumas unidades.
Hoje a Uergs tem 37 alunos em Caxias. Há intenção de tornar a universidade mais relevante para Caxias, ampliando os cursos e o número de alunos?
Com certeza. É inaceitável que uma cidade do tamanho de Caxias tenha menos de 40 alunos. Deveria ter pelo menos 200. Claro que para isso acontecer a gente tem que melhorar a infraestrutura, aumentar os recursos, ampliar os espaços. Teremos que discutir com os poderes públicos estadual e municipal. A ideia é ter pelo menos três cursos. A intenção, ainda que um estudo está em andamento e aguardamos o resultado, é manter o curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos e implantar um de Pedagogia e uma na área de Tecnologia Industrial.
Esses novos cursos seriam implantados em 2016? Em que espaço?
Se é um curso que já existe nas outras unidades, como Pedagogia, é imediato e poderia ser até para o 2º semestre deste anos. Se é um curso novo demora mais, que implica criar um novo projeto pedagógico, aí demora um pouco mais, 2017 ou 2018, caso de tecnologia industrial, se for algum que ainda não tenha oferta. A ideia é que na área da Fepagro seja um espaço de pesquisa e laboratórios. Se a gente monta um curso que precisa de mais laboratórios, pode ser lá, que já tem infraestrutura. O espaço á está disponível, basta equipar.
Então o que impede a ida da Uergs para o espaço da Fepagro?
O transporte dos estudantes e a aceitação da comunidade. Hoje a Uergs está em um lugar privilegiado. Abandonar todo esse espaço não seria interessante. Então poderia continuar mantendo o administrativo e algum curso e ter esse local extra na Fepagro. Para 2016 é provável que já tenha atividade lá (na Fepagro).
Educação
"É inaceitável que uma cidade do tamanho de Caxias tenha menos de 40 alunos", diz novo diretor da Uergs na região
Rodrigo Koch é professor da universidade desde 2011
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