O primeiro mês do ano tem significado especial para a Serra gaúcha. Antes as brancas, depois as tintas: é tempo de colher as uvas dos parreirais e destiná-las para consumidores diretos ou vinícolas que irão engarrafar a bebida do deus Baco. O ponto forte da safra da uva é, geralmente, entre o fim de janeiro até o início de março. Entretanto, neste ano, ela antecipou-se em 15 dias devido a períodos mais intensos de frio em 2014, o que ocasionou a antecipação da brotação das parreiras.
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E é fácil vivenciar a safra da uva. Não bastasse o aroma forte da fruta que circula próximo de vinícolas, é possível perceber a movimentação de caminhões carregados de uva pelas ruas e morros da Serra. O interior do município consolida-se como cartão-postal. Em meio ao trabalho árduo dos agricultores e de safristas, trabalhadores que chegam de outras cidades para colaborar na colheita, há espaço também para festa. O povo que nestes três primeiros meses concentra a atenção em colher os cachos maduros, aprende a exibir aos turistas algo que sabe fazer tão bem quanto vinhos e espumantes: ensina a comemorar. As comunidades estão organizadas e convidam para programações que garantem que gente de todo o país desembarque na Serra.
Para se ter uma ideia da força que estes singelos atrativos têm, a temporada da vindima está se equiparando com o inverno na Serra gaúcha, até então líder absoluto de movimentação de turistas devido às atrativas temperaturas negativas.
- Não é algo novo entre os pequenos produtores a comemoração da safra. Eles têm o costume de viver não só o lado sério, do trabalho na colheita do fruto, mas também a parte festiva e folclórica. O produtor esmaga a fruta no porão de casa, faz vinho doce, emenda com um salame e a festa está pronta - ensina o enólogo e vice-presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Dirceu Scottá.
Se o costume de celebrar a colheita da fruta é tradição familiar, herdada de países como a Itália, o produtor aproveita a brecha e fatura: a agenda de parte dos estabelecimentos está lotada para o próximo mês. Isso porque as famílias se encarregam de mostrar atrativos que vão além do fruto. Cidades como Bento Gonçalves, Flores da Cunha e Garibaldi darão largada nas festividades ao longo de janeiro e convidam para viver a coroação de um ano de labuta, regada à vinho e muita hospitalidade.
Safra da uva
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