Prato Solidário completa seis meses de atividades em Caxias

Enquanto fisga uma coxa de frango dentro da bandeja cheia de molho fumegante, a aposentada Inês Tonin Cota, 65 anos, recita a oração do Pai Nosso em voz baixa. Ela não é a única. Outras cinco amigas, que integram a comunidade de adoração e acolhida Arca da Aliança, de Farroupilha, também rezam.

A prece marca o início de mais um dia em que as voluntárias deixam o conforto de suas casas, na cidade vizinha, para servir uma refeição - muitas vezes a única do dia - a moradores de rua de Caxias do Sul por meio do projeto Prato Solidário, que completou seis meses em junho. Após o término do almoço, servido pontualmente às 15h, no Restaurante Comunitário, Inês e as amigas também lavam pratos, talheres e limpam o chão.

- É o nosso jeito de servir, de fazer o bem ao próximo - explica Inês.

Quando se iniciou, em dezembro passado, conforme Waldemar de Lima, diretor de Segurança Alimentar e Inclusão Social da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Proteção Social, o Prato Solidário tinha a pretenção de atender entre 20 e 25 pessoas encaminhadas pela FAS. Hoje, conforme o dia, até 60 pessoas fazem a refeição gratuitamente no local de segunda a sexta-feira.

No início, as refeições eram servidas no restaurante popular I, na Rua Os 18 do Forte. Com o fechamento do estabelecimento, em março, as refeições passaram a ser servidas no restaurante da Rua 20 de Setembro, próximo do Pronto-Atendimento 24 Horas.

Pouco depois das 14h, já há pessoas formando fila em frente do restaurante. Para muitos, o almoço tardio é a única refeição do dia.

A chance de comer algo quente e preparado com higiene em vez do que é catado no lixo é agradecida a todo instante pelos frequentadores. A grande maioria repete o prato, já abarrotado na primeira servida.

- Isso aqui é uma bênção. Ajuda a forrar o estômago e manter a gente de pé -confirma o morador de rua Antônio da Silva, 30 anos, o Pará.