Fermentados pela chuva constante e pelo asfalto que está se deteriorando, os buracos se espalharam por Caxias do Sul nos últimos dias. Nesta sexta-feira, por exemplo, a equipe do Pioneiro circulou por diversas regiões da cidade e encontrou crateras em ruas e avenidas dos bairros São Ciro II, Mariland, Jardim América, só para citar alguns pontos.
O secretário de Obras e Serviço Públicos, Adiló Didomenico, reconhece que a malha asfáltica está se decompondo, e afirma que a solução definitiva só virá quando a empresa contratada pela recuperar as vias se iniciar. A empresa que venceu a licitação foi conhecida no dia 27 de maio, mas a empresa tinha prazo de 30 dias para dar início ao trabalhos. A chuva, no entanto, poderá atrapalhar o andamento do serviço, reconhece Adiló.
- É preciso um ou dois dias de sol para poder mexer na rua, incluindo a operação tapa-buracos. Sem o tempo firme, o conserto não fica de qualidade - destaca o secretário, acrescentando que as ruas de paralelepípedo o prazo para consertar tende a ser ainda mais demorado.
Para evitar que a cidade se transforme em um queijo suíço frente à previsão de chuvas para as próximas semanas, Adiló afirma que ampliou a equipe de vigilância dos buracos. Ao detectar e cobrir com mais agilidade, evita-se a formação de crateras e estragos.
E não apenas os motoristas que trafegam na área urbana de Caxias que percebem vias esburacadas. Na Rota do Sol, no trecho em obras pelo Crema Serra, os buracos aparecem quase todo dia. Além de precisar mobilizar equipes para tapar as crateras na pista recompactada, a empreiteira Traçado também prevê atrasos por conta da chuvarada.
O sócio administrador da Traçado Construções e Serviços Ltda, Everton Andreetta, acredita que a produção diminua até 50% em junho. Com chuva e temperatura baixa, os trabalhadores não conseguem fazer o serviço de recompactação da base. Além deste mês, julho e agosto também devem ter poucos dias aproveitáveis _ entre 10 e 12, quando o normal são entre 20 e 22.
Na BR-116, engenheiro Daniel Bencke, do Dnit, também prevê atrasos nas obras entre Campestre da Serra e Nova Petrópolis em função das chuvas. Com isso, o prazo de conclusão dos trabalhos, previsto para dezembro, pode ser estendido até fevereiro.
Com relação ao trabalho de reconstrução da RS-431, na localidade de Linha Alcântara, a chuva não deve implicar em muitos transtornos, visto que a obra está em fase final. A Secretaria de Infraestrutura do Estado prevê que o serviço fique pronto dentro de 10 dias.
Na RS-110, em Jaquirana, onde a estrada também ruiu, a recuperação sequer começou. O Estado prevê pelo menos dois meses para elaborar o projeto e mais 10 meses para concluir o serviço.
Infraestrutura
Chuva intensa em Caxias do Sul multiplica buracos nas ruas e atrasa obras de recuperação nas estradas
Na Rota do Sol, por exemplo, empreiteira diz que em junho produção deve cair 50%
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