Os moradores do Vale da Esperança, no bairro Reolon, acordaram no domingo com uma movimentação fora do comum na praça da comunidade. Aos poucos, os curiosos começaram a se reunir em volta dos cerca de 150 escoteiros estrangeiros que estavam revitalizando não só a praça, mas o Centro Comunitário e a quadra de esportes. Os jovens de 12 nacionalidades diferentes fazem parte do Moot Scout Interamericano, programa de intercâmbio entre escoteiros realizado de três em três anos.
Cerca de 300 jovens desembarcaram em Caxias na última sexta-feira. No sábado, fizeram turismo pela cidade e, no domingo, voluntariado. Metade do grupo trabalhou na comunidade Santo Amanhã, no Santa Corona, e a outra metade no Vale da Esperança.
No Reolon, o domingo ensolarado permitiu ao grupo pintar os brinquedos da praça, limpar e pintar as faixas da quadra de esporte, pintar por dentro e por fora a parede do Centro Comunitário, recolher o lixo de ruas e construir uma mini ciclovia para crianças. Os trabalhos se estenderam até a manhã de segunda. No segundo turno do projeto, o grupo seguiu para Tramandaí para outra etapa do programa Moot Scout, que segue até o dia 4.
O presidente em exercício do conselho da Amob Vale da Esperança, José Antônio Mariani, 57 anos, conta que a ideia de trazer o movimento escoteiro para o Reolon foi de dois jovens que moram na comunidade e fazem parte de um grupo escoteiro. Ele relata que os reparos foram sugeridos pelos próprios moradores do bairro, já que há cerca de um mês ocorrem reuniões na comunidade para informar sobre o trabalho agendado para o domingo.
- Não precisa ter muito dinheiro para fazer as coisas acontecerem, só um pouco de boa vontade - salienta Mariani, explicando que todos os materiais empregados nos reparos foram obtidos por meio de doações.
Não são só as comunidade nas quais os escoteiros trabalham que são beneficiadas. Os próprios jovens que se engajam na proposta voltam do Moot Scout edificados. Há 17 anos no escotismo, o equatoriano William Hernan Castro Carriel, 28, um dos chefes do grupo Scout 18 Don Bosco, já fez o mesmo tipo de trabalho no Peru, Argentina, Venezuela e Colômbia. Ele destaca que o trabalho social visa a formação do próprio escoteiro como indivíduo.
- A inclusão dos jovens nas comunidades, essa é a primeira obra que queremos trabalhar. Os jovens precisam começar a trabalhar no próprio lugar onde vivem, para que eles entendam a necessidade do lugar. Moldar o caráter deles, isso é o que ganhamos com esse tipo de trabalho - reflete o chefe.
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