Os três paraibanos presos na operação Escravo Digital, deflagrada pela Polícia Federal de Caxias do Sul na manhã desta terça-feira exigiriam cota mínima de venda de CDs e DVDs piratas a vendedores ambulantes. O grupo foi preso em flagrante em uma casa no bairro Esplanada, onde funcionaria a fábrica do material.
Segundo o chefe da delegacia da PF de Caxias do Sul e coordenador da operação, Noerci da Silva Melo, o trio trazia pessoas da Paraíba para trabalhar como ambulantes na Serra. As vítimas precisavam vender um número mínimo de material produzido pela quadrilha.
Caso não atingissem a meta, a diferença se transformava em dívida para o vendedor. Esse valor se somava aos custos para vir da Paraíba e ao aluguel do alojamento, que deveriam ser ressarcidos pelos ambulantes aos chefes do esquema.
- A cota variava, mas eles tinham essa pressão. Se não cumprissem, a dívida aumentava e eles e os familiares eram ameaçados - relata Melo.
O grupo era investigado há cerca de quatro meses, a partir de denúncia recebida pelo Ministério Público do Trabalho e pela própria PF. O delegado, no entanto, acredita que a ação do grupo na região já dure cerca de quatro anos.
Em três dos quatro endereços ondes os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão foram localizados milhares de mídias falsificadas e material ainda não gravado. Também foram apreendidos de oito a 10 computadores usados para a fabricação do material, além de cadernetas com o controle das dívidas. Na quarta casa, os policiais não encontraram nada. Melo acredita, no entanto, que o espaço tenha servido de depósito e também fosse usado como alojamento para os ambulantes.
O material recolhido deve ser periciado e depois destruído. Os nomes dos presos não foram divulgados devido a procedimentos internos da PF. Eles responderão a processo por violação de direito autoral, redução à condição análoga de escravo (trabalho escravo) e aliciamento de trabalhadores.
Investigados há quatro meses
Presos pela PF em Caxias determinariam cota de vendas de CDs e DVDs piratas a ambulantes
Três paraibanos que chefiariam esquema foram autuados em flagrante
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