Os Estados Unidos celebram nesta sexta-feira os 50 anos do assassinato de um dos maiores líderes da história do país, o ex-presidente John F. Kennedy. O episódio chocou o mundo naquele 22 de novembro de 1963, em Dallas, no estado do Texas, onde o político fazia um desfile em carro aberto e foi alvejado por um atirador.
A morte foi noticiada com destaque por dois jornais que circulavam à época em Caxias do Sul. No Pioneiro, que tinha tiragem semanal, o assassinato foi publicado na capa do dia seguinte, 23 de novembro, com chamada para o crime envolvendo o "presidente antirracista", afirmando que "todas as capitais do mundo" estavam "apreensivas com o insólito atentado".
Além disso, a edição repercutia a eleição municipal ocorrida seis dias antes, que conduziu o ex-prefeito Hermes Webber novamente à prefeitura. Ele havia ocupado o cargo em 1954 e 1955, quando o titular Euclides Triches se licenciou para disputar a prefeitura de Porto Alegre e assumir cargo no governo do Estado.
O informativo bimestral Boletim Eberle, da Metalúrgica Abramo Eberle S.A, circulou com capa dedicada totalmente à foto do ex-presidente. O texto descrevia que ele havia "tragicamente desaparecido no mês de novembro. Kennedy era um dos maiores estadistas do Universo e sua morte foi lamentada em todas as nações livres do mundo".
A edição noticiava também o aquecimento do mercado imobiliário caxiense no início daquela década, destacando alguns prédios em construção na cidade, como o edifício do Círculo Operário, que sediaria o Cine Teatro Municipal, e "um moderno edifício em construção na Praça Rui Barbosa, o qual será o primeiro no Rio Grande do Sul a possuir um elevador para automóveis".
Natural de Garibaldi e ex-instrutor de voo do Aeroclube de Caxias do Sul, o comandante de voo internacional Hélder Lorenzon Nunes, 44 anos, é um apaixonado por história, e já esteve no local onde John Kennedy foi assassinado, em Dallas, no ano 2000.
- Estava em Dallas fazendo um curso e não podia perder a oportunidade de conhecer esse local histórico. Muitos americanos fazem questão de ir lá também. Tem um ar de respeito e tristeza, pois o presidente Kennedy era muito querido. Tanto é que seu nome é usado em muitos locais importantes do país, como o Aeroporto de Nova York, o Centro Espacial na Flórida e outros.
A rua virou um ponto turístico, e as pessoas fazem fotos em que aparece a via onde o então presidente desfilava e, atrás, o prédio de onde o atirador Lee Oswald acertou e matou Kennedy.
- O que chamou a atenção foram as marcas, em forma de X, pintadas no asfalto, indicando os locais onde ele foi atingido pelos tiros. No local da janela onde estava o atirador existe um museu e essa área foi deixada como estava no dia do atentado.
O piloto lembra que existem várias teorias conspiratórias sobre o crime.
- Na época, tentaram repetir o que o Lee Oswald fez, com 10 atiradores de elite, usando o mesmo rifle, num simulado. Só um acertou e somente um tiro. Estranho, não? - comenta Nunes.
História
Há 50 anos, morte de presidente Kennedy repercutia em Caxias do Sul
Confira o que os jornais noticiaram na época, e a opinião de uma pessoa da Serra que visitou o local, em Dallas, no Texas
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