De hábitos simples e extremamente ligados ao campo, Ivone Montagna Balbinot, 54, viveu durante quase toda a vida no interior de Guaporé, na linha Oitava Santo Antônio, ao lado da família. Há nove anos morava com Ivar Balbinot, na comunidade de São Miguel, da linha segunda, e há apenas oito meses tinha oficializado esta união. Um dia, um amigo da família resolveu apresentar Ivone ao primo Ivar, que também vivia sozinho. A família deu uma força e organizou um jantar para que os dois se conhecessem. Foi aí que tudo começou.
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Segundo a cunhada, Juliane Vanzella Montagna, 40 anos, o dia a dia de Ivone era dedicado ao marido, que tinha as pernas amputadas. Também costumava reservar parte do tempo para cuidar das vacas, fazer queijos e cozinhar. Um dos maiores desejos de Ivone era de que o marido voltasse a caminhar. Por isso, ultimamente acompanhava Ivar a consultas em Porto Alegre duas vezes por semana. Ele já tinha conseguido as próteses através do SUS. Foi em uma dessas viagens, no carro da prefeitura, que o acidente aconteceu, no dia 12 de março. Ivar teve apenas ferimentos leves.
Ivone era natural de Guaporé, estudou até a quarta série e não teve filhos. Conforme Juliane, ela era uma pessoa contente e de uma personalidade fora do normal.
- Ela estava sempre disposta, sempre alegre - relembrou a cunhada.
A dona de casa completou 54 anos em 10 de março e faleceu dois dias depois. A família preparou uma festa surpresa para ela no dia do aniversário. Ivone esperava os 55 anos para se aposentar. Com a renda extra pretendia se mudar com Ivar para a cidade, em busca de mais conforto para o casal.
Rodovias da morte
Vítimas da RSC-470: Ivone Balbinot acompanhava o marido em consulta no dia do acidente
Ele sofreu apenas ferimentos leves
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