Dos 106 roteiros do transporte escolar de Caxias do Sul que tiveram contrato vencido no final do ano passado, em oito a licitação teve de ser dispensada porque não apareceram interessados. Nesses oito, foi preciso que o município contratasse emergencialmente transportadores até que um novo processo licitatório seja concluído. Por essa razão, 149 crianças tiveram que arranjar outras alternativas para ir à aula no início do ano letivo.
>> No vídeo abaixo, o desabafo do motorista Pedro Nirso Goldbeck
Entre os motivos listados para a dificuldade em se encontrar motoristas dispostos a prestar o serviço estão o preço orçado pelo município, o veículo necessário em relação à estrada e os trajetos longos e precários que inviabilizam que o condutor assuma mais um roteiro.
Aqueles que passaram por licitação transportarão os alunos até dezembro de 2015. Para os contratados emergencialmente, o prazo não pode ultrapassar 180 dias.
No final da manhã e início da tarde de quarta-feira, para conhecer a realidade do serviço, o Pioneiro acompanhou um dos 109 roteiros de Caxias, o de número 703, em Vila Cristina. São 60 km (ida e volta) por estradas de chão estreitas, curvas sinuosas e asfalto sem acostamento.
Responsável por esse trajeto, Pedro Nirso Goldbeck, 69 anos, transporta 19 crianças, das escolas Assis Brasil, municipal, e Renato Del Mese, estadual, interditada na terça-feira porque ameaça cair. Goldbeck é um dos que assumiu o serviço em fevereiro, por meio de contrato emergencial. Mas o motorista, no ramo desde 1996, ficou surpreso com o que encontrou. Neste meio tempo, ele já encaminhou um ofício para a subprefeitura de Vila Cristina, com assinatura de moradores, solicitando reparos como roçada dos matos e cascalhamento de uma estreita via em direção à localidade de São Pedro da 3ª Légua.
Outros problemas no roteiro são falta de acostamento para embarque e desembarque de estudantes, paredões em que as rochas se soltam e vegetação que encobre a visão dos motoristas nas curvas.
Leia mais na edição impressa do Pioneiro.