O futebol não tem uma receita exata para o sucesso. Você pode ter muito dinheiro e ser rebaixado, como foi o caso do Athletico-PR. Por outro lado, um clube pode ter menos recursos e se manter na Série A, como foi com o Juventude.
O segredo alviverde foi ser criativo e assertivo ao trazer jogadores com "seta para cima", como diz o executivo de futebol Júlio Rondinelli. Com exceção de Gabriel, Nenê, Gilberto e Alan Ruschel, o clube apostou em nomes com fome de crescer no cenário nacional. E funcionou. O campo provou diversos exemplos: o lateral João Lucas, os volantes Caíque e Ronaldo, o meia Mandaca e os atacantes Erick Farias, Lucas Barbosa e Gabriel Taliari.
Outro fator importante foi a questão da premiação. Futebol é business, um negócio, e que envolve milhões. Em 2024, o clube investiu R$ 36 milhões na folha de pagamento, cerca de R$ 3 milhões ao mês. Contudo, o valor é maior, pois o Juventude pagou cerca de R$ 18 milhões em premiações, seja por jogo, posição em campeonato ou cada fase avançada na Copa do Brasil. Este método permitiu o clube criar uma disputa sadia internamente.
— O modelo de trabalho do Juventude é entendendo que é uma campanha de sobrevivência no Brasileiro, de afirmação na Copa do Brasil e onde realmente temos condição de chegar, que é o Campeonato Estadual. Utilizamos sempre de estímulos, de premiações jogo a jogo. É uma política praticada pelo clube desde o ano passado quando a gente chegou, e os resultados têm acontecido — comentou Júlio Rondinelli.
Para exemplificar, o atleta que participa da partida tem uma premiação superior ao atleta que é apenas relacionado. E superior ao atleta que não vai nem para o banco. Desta forma, o clube estimula uma competição sadia, interna. No modelo, todos ganham, os atletas e principalmente o clube com vitórias e atingindo os objetivos. A receita alviverde tem dado certo nas últimas duas temporadas, com resultados positivos em campo e fora dele.