O segundo dia da pré-temporada do Juventude foi marcado por avaliações e a tão aguardada entrevista coletiva do técnico Thiago Carpini. Seu nome foi um dos mais citados na janela de transferências do mês de dezembro do futebol brasileiro. O motivo foi o interesse do Santos e depois uma sondagem do Cruzeiro. Contudo, o treinador decidiu recusar a proposta do Peixe e permaneceu no Estádio Alfredo Jaconi. Logo no primeiro questionamento, o treinador tratou o assunto com naturalidade.
— A nossa campanha nos credenciou a isso e a grandeza do clube nos colocou nesta condição. Tudo isso é natural que aconteça. Ouvi muita coisa, li muita coisa, mas preferi ficar descansando com a minha família. Paralelo a isso o tempo todo em contato com a diretoria participando da montagem e tomada de decisões. Fico feliz de ser lembrado por clubes deste tamanho. O Santos é gigante, o Cruzeiro é gigante e o Juventude também é gigante, é o clube que defendo, me identifiquei e me sinto muito feliz e acredito em um processo de continuidade. Estar no Juventude foi uma escolha — afirmou Carpini.
Após recusar o Santos, o nome do treinador foi cotado no Cruzeiro. Carpini também falou sobre a polêmica entrevista para a Rádio Itatiaia. No dia 14 de dezembro, o profissional afirmou que seria difícil dizer não ao Cruzeiro. Ele não se arrepende da entrevista, mas disse que ficou chateado com a forma que foi divulgada.
— Não me arrependo pelo seguinte. Eu vi muita coisa que não era verdade. Ouvi que me apresentaria no Santos no dia seguinte e nem no Brasil eu estava. Essa entrevista me chateou muito e mandei mensagem para quem escreveu ela e repito, o Cruzeiro é muito grande, assim como o Juventude. Quando disse que seria difícil negar um pedido do Cruzeiro, qualquer profissional trabalha por essas oportunidades para estar em um grande cenário. Se viesse uma situação do Cruzeiro poderia porque não sentar e ouvir, não que iria para o Cruzeiro ou coloquei em uma situação superior ao Juventude. Da maneira que se colocou foi um pouco distorcida e desrespeitosa da parte de quem escreveu — explicou o treinador pela primeira vez.
MOTIVAÇÃO E GAUCHÃO
A palavra continuidade faz parte do vocabulário de Thiago Carpini. Não foi somente nesta quinta-feira (4) que ele voltou a usá-la. Desde a Série B do Brasileiro o treinador comenta em coletivas sobre o processo de continuidade no futebol. Este foi um dos motivos que o fez escolher em seguir em Caxias do Sul. Além disso, Carpini elencou o respaldo da direção e o planejamento montado para a temporada.
— Continuidade de tudo que construímos, vejo que poderíamos ainda escrever mais algumas páginas de uma história bacana. Entendemos que o ano de 2024 vai ser um ano muito desafiador, quando você retorna a elite algumas diferenças são exacerbadas. Temos que estar preparados para tudo que vamos viver. A proposta do Juventude sobre a continuidade, o respaldo da diretoria, todo o planejamento feito em um contexto de trabalho, acho que isso me fortalece muito e me dá muita segurança. Queria muito estar em uma Série A. Não quero passar por uma Série A, quero ficar - comentou.
Não quero passar por uma Série A, quero ficar.
THIAGO CARPINI
Técnico do Juventude
Thiago Carpini também irá conhecer pela primeira vez o Campeonato Gaúcho. Diante de jogos com marcação mais pegada e com uma disputa física mais forte, o treinador classifica o momento como desafiador, pois nunca teve uma pré-temporada tão curta, com menos de 20 dias.
— Desafiador, nunca tive uma pré-temporada assim tão curta. Normalmente os projetos que tive na carreira, tirando o Guarani, foi sempre começando no fim do ano e tendo um período um pouco maior. É um desafio, mas não começamos do zero como em outros. Viemos de um padrão, ideia de jogo e podendo escolher alguns atletas que a gente pensa para o Juventude em 2024. É otimizar o mais rápido possível esse tempo e entender as particularidades da competição — finalizou o técnico.