
Uma final antecipada. É desta forma que todos no Alfredo Jaconi tratam a partida deste sábado, às 17h, diante da Ponte Preta. O Juventude precisa de uma vitória e de dois resultados paralelos (nos jogos que envolvem Atlético-GO, Vila Nova-GO e Sport) para voltar à Primeira Divisão com uma rodada de antecedência. E o torcedor jaconero sabe disso e promete lotar a casa alviverde. Foram 13 mil ingressos promocionais emitidos e uma expectativa de um público entre 15 e 18 mil torcedores.
Nem o mau tempo desta semana será empecilho. Afinal, a última vez que o clube lutou pelo acesso diante de seu torcedor foi há quatro anos. Diante do Imperatriz-MA, o Ju precisava de uma vitória simples para subir para a Série B, após empatar fora de casa. E o time comandado por Renato Cajá fez mais do que isso. Venceu com sobras. Um 4 a 0 com direito a três gols do meia. E diante de um Alfredo Jaconi transbordando em emoção.
— A torcida foi importante demais. O Jaconi lotado, as bandeiras, não esqueço nunca, a gente pegando elas e saindo comemorando. A torcida em peso atrás do gol. Todo mundo já entrava sabendo que seria um jogo em que teríamos que marcar e fazer algo diferente. E a decisão tinha que ser dentro de casa, porque a torcida merecia e o time tinha consciência disso — revelou Cajá ao Podcast Paixão Ca-Ju.
Assim, a noite de 9 de setembro de 2019 ficou marcada como um dos momentos mais festivos, onde a sinergia entre time e o apoio das arquibancadas foi o diferencial para o acesso do Juventude.
— Com o apoio do torcedor, era nosso "Dia D", tínhamos que conseguir o acesso. A torcida sempre comparecia e tinha gosto em ver o time jogar. Esse dia ficou marcado pelo acesso, pela presença da torcida, de famílias, com bandeiras e a gente tirando fotos, se abraçando e chorando juntos — recordou o ex-meia alviverde.
Cenário completamente diferente ao da conquista da vaga à Série A de 2021. Em Campinas, e ainda sob os reflexos da pandemia, o Verdão teve que comemorar a vitória por 1 a 0, sem que surgissem os gritos de incentivo do estádio. O Brinco de Ouro estava vazio.
— O campeonato começou sem público. É muito ruim jogar assim. Ainda mais pra quem está acostumado a jogar com a torcida fazendo a festa, o atleta se empolga. Você sabe que tem muita gente torcendo por você. Sabíamos da situação, foi algo inesperado. Mas tínhamos que nos acostumar, entrar em campo e fazer nosso jogo. E o time foi bem montado e deu a resposta — destacou Cajá, autor do gol do acesso diante do Bugre.
Casa cheia

A certeza que o time de Thiago Carpini tem para o jogo deste sábado é que o 12º jogador está garantido. O Alfredo Jaconi deve receber o maior público da temporada, superando os 14.213 da vitória por 1 a 0 sobre o Criciúma, pela 30ª rodada. E desta vez caberá ao capitão Alan Ruschel comandar a equipe rumo à vitória que pode entrar pra sempre na história do clube, como mais um dia especial.
— Já passamos por tudo. Ganhamos, perdemos, cedemos o empate no último minuto, já ganhamos no último minuto. Já aconteceu de tudo. Contamos com o apoio do torcedor. Pedimos que confiem na gente. Estamos com foco total nestas finais pela frente, é assim que vamos encarar cada jogo. Contamos com a energia deles porque vai ser muito importante para alcançarmos o objetivo — apontou o lateral.
É a penúltima rodada, mas com cara de decisão. Mesmo que não dependa apenas de si, o último ato do Juventude de Thiago Carpini no Alfredo Jaconi em 2023 pode também ser uma despedida da Série B.