![Nathalie Padilha / Skate no Horizonte,Divulgação Nathalie Padilha / Skate no Horizonte,Divulgação](https://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/35394780.jpg?w=700)
Rayssa Leal já pode ser caracterizada como um fenômeno do esporte nacional. A inspiração por sua trajetória ultrapassa fronteiras. Mesmo o skate street sendo uma modalidade de pouco incentivo público em Caxias do Sul, as adversidades não impedem Jhuly Domingues Paim de sonhar.
Jhuly tem 14 anos e sempre teve contato com o skate, desde muito nova. Moradora do bairro Belo Horizonte, ela é uma das caxienses que luta diariamente para que o esporte tenha voz, espaço e estrutura na cidade, mesmo com a pouca idade. Ela integra o projeto social Skate no Horizonte, que visa oportunizar aos moradores da Zona Norte da cidade a vivência da prática do esporte.
— É um projeto que iniciou há quatro anos. Começou como uma reunião de amigos para andar de skate. Começamos a juntar peças e material para fazer obstáculos, e nisso saiu o projeto Skate no Horizonte — comenta Eduardo Padilha, um dos fundadores do projeto social.
Jhuly vivencia as adversidades que os praticantes do skate sofrem na sociedade. Sem ter uma estrutura ideal para a prática, ainda é muito difícil que o skate seja ouvido na cidade.
![Nathalie Padilha / Skate no Horizonte,Divulgação Nathalie Padilha / Skate no Horizonte,Divulgação](https://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/35394779.jpg?w=300)
— As ruas aqui são muito ruins. Estruturas que desanimam muita gente. Já vi desistirem por não termos as condições ideais para andar de skate. Porém, o skate é mais do que isso para mim. Ali fiz várias amizades que quero levar para a vida inteira. É muito legal. O projeto está evoluindo cada vez mais — falou Jhuly.
Com o projeto se consolidando, Jhuly também evoluiu junto. Eduardo comenta que ela sempre se destacou em competições e eventos, mesmo sendo, por muitas vezes, a única menina a competir. No meio de tantos garotos, ela não passava despercebida.
Assistir na madrugada desta segunda-feira (26) Rayssa ser medalhista de prata nas Olimpíadas trouxe a representatividade que Jhuly busca no esporte. Independente de idade, o skate é um esporte democrático, onde todos são aceitos.
— Acompanho a Rayssa há algum tempo. Sempre me identifiquei. Fiquei muito feliz vendo ela ganhar a prata. Me imaginei ali, que pode ser eu daqui algum tempo, ou até mesmo algum amigo que anda no Skate no Horizonte. A representação é o que importa — comentou Jhuly, que sonha com a profissionalização da modalidade e a valorização das meninas:
— O skate para mim é uma porta para quem sabe ser uma atleta profissional, além de um lugar para se fazer amizades. Ver o skate na Olimpíada, principalmente com a Rayssa e a Letícia Bufoni, parece que vai fazer muitas meninas andarem de skate. Até mesmo mostrar para as pessoas que tinham algum preconceito com o esporte, o que é o skate de verdade. Fazê-las conhecer melhor a modalidade.
Skate no Horizonte
O projeto social iniciou há quatro anos, com David Willian Varela andando de skate em frente a sua casa, junto dos amigos Eduardo Padilha e Tiago Bordin, os outros fundadores. O projeto iniciou como uma reunião de amigos para andar de skate. Eles começaram a juntar peças e materiais para fazer obstáculos. Quando viram que os vizinhos se interessavam pela modalidade, o Skate no Horizonte, enfim, se tornou um projeto social, na Zona Norte da cidade.
— O projeto cresce e com isso precisamos das condições ideais para praticar o esporte. Temos nossa luta de conseguir um espaço próprio para a construção da nossa pista no Complexo Zona Norte. A conquista vai ser da comunidade inteira — falou Padilha.