Quando se refere aos seus 80 anos de existência, Wilson Fiorelli, com bom humor, ressalta que não se considera um velho.
- Isso é acúmulo de juventude - afirma, deixando claro que as muitas provas que disputou foram importantes para o prolongamento e a qualidade de vida.
Isso que o início nas estradas e ruas foi um tanto tardio, por volta dos 50 anos. Para tanto, o primeiro passo foi um ponto final em um velho vício:
- Um dia, fiquei sem cigarros, isso que fumava quatro carteiras por dia. Então, olhei para um espelho e perguntei se eu era um homem ou um rato. A partir daí, nunca mais fumei.
Nesse mesmo período, a opção para as corridas teve dois empurrões importantes, dos amigos João Andriguetti e Paulo Fedrizzi. O primeiro o levou para treinar na academia do Caxias, e o segundo, à prática nas ruas, onde tomou gosto.
Wilson, Fedrizzi e vários outros corredores foram fundadores da Associação dos Maratonistas de Caxias (Amarca), um grupo que é lembrado com muito carinho, em especial por dona Isolda, que era uma torcedora ilustre, assim como as mulheres de outros corredores, com participação em várias excursões.
- Era um grupo disciplinado, que nunca teve problemas em ônibus, hotéis. Era mais que uma família - afirma Isolda.
Com a Amarca, Wilson participou de provas no Rio de Janeiro e até na Argentina. Numa São Silvestre, em São Paulo, ele estava num bom ritmo e, ao ultrapassar alguns atletas mais novos, ouviu um assistente gritar para eles: "Olha o Papai Noel passando por vocês"...
Em maratonas, Wilson participou entre os 50 e os 65 anos, quando um problema num joelho forçou a parada. Mas isso não o impede de, até hoje, caminhar entre seis e nove quilômetros, quase que diariamente. Só não vai quando o tempo está ruim.
No restante do dia, ele gosta de ficar em meio à natureza, cuidando da horta, no amplo terreno de sua casa, no bairro Madureira. Na garagem e na sala, inúmeras medalhas e troféus ajudam a lembrar os bons tempos.
Leia mais no Pioneiro deste final de semana.
Por onde anda
Wilson Fiorelli, um jovem de 80 anos
Ex-corredor lembra dos bons tempos em que participava de maratonas
GZH faz parte do The Trust Project