
Após fechar 2024 com alta de 6,6% em relação a 2023, a economia de Caxias do Sul voltou a ter boa performance em janeiro de 2025. Dados da Câmara da Indústria, Comércio e Serviços (CIC) e da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) apontam uma alta de 2,7% no primeiro mês do ano em relação ao mesmo período do ano passado. Os números foram divulgados em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (13).
Ao analisar cada setor, em janeiro de 2025, comparando com janeiro de 2024, a indústria teve alta de 1%, enquanto os serviços subiram 8,2%. Já o comércio teve um recuo de - 1,8%.
Conforme Tarciano Melo Cardoso, diretor de economia, estatística e planejamento da CIC, o mês de janeiro precisa ser visto com cautela, principalmente pelas férias coletivas. Na análise dele, a indústria segue crescendo, principalmente pelo acumulado de 2024, e as vendas dentro das fábricas:
— O que vamos poder observar durante o período é que em termos estatísticos, vemos uma acomodação dos dados. Mas vivemos um período de cautela na economia como um todo.

Na comparação entre janeiro de 2025 com dezembro de 2024, a economia de Caxias do Sul registrou queda de -1%. O setor de serviços foi o principal responsável pela redução, com -9%, seguido pelo comércio com recuo de -2,8%. A indústria, por outro lado, apresentou um crescimento de 4%.
No indicador do acumulado dos 12 meses, a atividade econômica mostra aquecimento de 6,6%. Ao se analisar individualmente por setor, o crescimento dos serviços foi o mais expressivo, com 13,5%, seguido pela indústria, que cresceu 4,6%, e o comércio em ascensão, com 1%.
O diretor da CIC lembra, também, o fechamento do PIB brasileiro em 2024, com alta 3,4%. Mesmo assim, segundo Cardoso, ainda é preciso analisar questões internacionais, como guerras, além da onda de taxas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Para o economista, os gastos do Governo Federal são vistos com atenção.
— Esse é um ano de cautela, temos que ter cuidados tanto pessoa física como jurídica em posicionamentos de mercado, em contratações, por essas incertezas. Existe o cenário externo e o doméstico, são duas questões drásticas que estamos vivendo na economia e que vão interferir na economia local — projeta.
Queda natural em função de férias
O assessor de economia e estatística da CDL, Mosár Leandro Ness, afirma que a queda em janeiro já era esperada, principalmente pelas férias, período em que muitos caxiense acabam migrando para outras regiões, como o Litoral. Mas ele comemora o acumulado nos 12 meses, com alta de 1%. Por outro lado, diz que o setor está cauteloso quanto a tomada de decisões. Além disso, alerta para o que pode ser o ano de 2025 no comércio, principalmente com reflexos a nível Brasil.
— A economia nacional, embora esteja dando sinais com o PIB crescendo 3,4% e uma taxa de desemprego de 6%, nos preocupa porque estamos crescendo com base no consumo. Quando você infla o consumo, se não aumentar a oferta, o passo seguinte é a elevação de preços. Estamos esperando, com esse descontrole observado, uma elevação da inflação, que tira o poder de compra da população — projeta.
Mercado de trabalho
Caxias do Sul voltou a apresentar crescimento na geração de empregos em janeiro deste ano, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Foram 9.193 contratações contra 7.732 demissões, trazendo um saldo de 1.461 postos de trabalho gerados no primeiro mês do ano.
Com saldo de 834, a agropecuária puxou a lista na geração de empregos, seguida da indústria (534) e dos serviços (85). O comércio, por outro lado, teve o fechamento de 12 postos de trabalho.
Confirme Cardoso, esse movimento do agro já era esperado, principalmente pelas safras. E, a partir de março, é esperada uma queda no setor.
No acumulado, Caxias conta com 170.943 pessoas em empregos formais, o maior número desde 2014, quando eram 178.384.
Como é calculado o desempenho da economia
Três grandes grupos compõem o cálculo que gera o desempenho econômico de Caxias do Sul, mas cada um com um peso diferente: indústria (53,4%), comércio (17%) e serviços (29,6%).