
Pelo segundo mês seguido, Caxias do Sul registrou mais contratações do que demissões. Dados divulgados na tarde desta sexta-feira (28) pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) indicam que o município abriu 2.329 vagas com carteira assinada em fevereiro. Quatro dos cinco setores analisados pelo governo federal ficaram no azul. Em janeiro, o saldo foi de 1.471 vagas.
O desempenho positivo do segundo mês do ano é puxado especialmente pela indústria, com 1.321 novos postos de trabalho e pelos serviços, com geração de 723 vagas. O comércio e a construção também registraram mais contratações do que demissões, com 288 e 104 carteiras assinadas respectivamente. A agropecuária, por sua vez, perdeu vagas, registrando -107 postos.

Coordenadora do Observatório do Trabalho da Universidade de Caxias do Sul, a professora Lodonha Maria Portela Coimbra Soares aponta que a oferta de empregos formais tem aumentado no município desde a metade do ano passado, sendo que a indústria e os serviços "disputam" a liderança de quem contrata mais.
— Em Caxias, a indústria é a principal absorvedora da mão de obra de trabalho formal era natural, então, uma retomada (após o setor registrar saldo de -1.527 vagas em dezembro). Além disso, é preciso observar que nós estamos, no Brasil, numa situação de praticamente pleno emprego, ou seja, estão havendo ofertas de trabalho. A taxa de desemprego está em um patamar baixo, ou seja, existem as pessoas que não estão trabalhando, possivelmente, por conta da população ativa, que não procurou trabalho nos últimos ou não entregou currículo nos últimos 30 dias ou porque as pessoas estão migrando para outras atividades, como o MEI (microempreendedor individual) — explica Lodonha.
As demissões na agropecuária não surpreendem e até são esperadas no primeiro trimestre do ano, uma vez que as safras reduzem e, por isso, há desligamentos de trabalhadores temporários. Em relação aos próximos meses, Lodonha prospecta um cenário ainda positivo, num curto prazo, até junho.
— Sabemos que a taxa de inflação, a taxa de juros, tem aumentado e isso possibilita uma pequena redução na atividade econômica. São pequenas coisas que precisam ser ajustadas macroeconomicamente, principalmente com relação ao endividamento público. Porque isso pode, no médio e longo prazo, vir a ser um problema e não é à toa que o governo, de modo geral, está tentando algumas medidas. Mas, do ponto de vista do mercado de trabalho, para o próximo trimestre, a perspectiva é de manutenção desse crescimento — opina.