Tiago Cassol Severo, professor da UCS, pesquisador em Energias Renováveis e Armazenamento, coordenador do GT (grupo de trabalho) Energia, Petróleo e Gás do APLMMeA (Arranjo Produtivo Local Metalmecânico e Automotivo) e coordenador do Fórum Estadual de Energia Solar e Eficiência Energética
Desde 2012, é percebida uma crescente onda de energia solar fotovoltaica, aquela tecnologia que converte os raios do sol em energia elétrica de forma limpa e silenciosa. Com certeza você já viu as placas solares instaladas em alguma casa, prédio, comércio, em sistemas de monitoramento de trânsito, conectadas ao poste ou fazendo uso de baterias. O combustível que chega do céu, em um ano, tem quantidade suficiente para abastecer o consumo mundial do mesmo período por milhares de vezes, e com folga, já que a energia solar é disponível em abundância na maioria das regiões do nosso planeta.
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Artigo: A solução do outro lado
No último ano, o Brasil entrou no seleto grupo de grandes investidores em energia solar no mundo. Nosso país é o 10º colocado em investimentos no setor, mostrando o interesse do capital público e privado. O Rio Grande do Sul é o segundo Estado brasileiro em potência instalada, com 110,6 MW de potência, conforme a Associação Brasileira de Energia Solar. Usando um painel solar de potência média de 330W, essas instalações representam 335 mil painéis solares, aproximadamente, instalados em telhados, estacionamentos, postes, áreas rurais e urbanas. O resultado também é notado em empresas sendo criadas ou tendo serviços ampliados neste setor; mais empregos sendo gerados; e casas, empreendimentos e comércios tendo uma redução no custo de energia e podendo reinvestir no próprio negócio ou interesse. Apostar em energia solar é investimento tanto no Rio Grande do Sul como no Brasil.
Quem regula toda essa nova forma de aproveitamento de energia é a RN (resolução normativa) 482, uma normativa que regulamenta como as energias renováveis podem ser aproveitadas por pessoas físicas ou jurídicas, conhecidos como consumidores cativos. Com base nessa norma, é possível instalar placas solares até a potência compatível à sua carga contratada. O excedente pode ser injetado na rede, gerando créditos de energia para serem utilizados em até 60 meses. Não é possível zerar a conta de energia elétrica, já que há alguns encargos a serem pagos à concessionária. Mesmo assim, a redução significativa da conta de luz, aliada com a possibilidade de acumular créditos de energia, possibilita uma economia tão interessante que o seu investimento pode ser pago em poucos anos.
Esses são alguns assuntos que irão permear o debate no Fórum Estadual de Energia Solar e Eficiência Energética, nos dias 22 e 23 de maio, em Bento Gonçalves. O evento tem o objetivo de reforçar as boas práticas do setor, discutir a legislação vigente, apresentar casos inspiradores para os interessados e oportunidade de negócios. Junto ao fórum, haverá o espaço de negócios, onde a pessoas e empresários poderão tirar dúvidas, pedir uma cotação de um projeto ou ainda debater o assunto com profissionais do setor.
Se o interesse é abrir um negócio no segmento, o fórum também possibilita, no dia 24, um curso de comissionamento de energia solar que apresentará novas oportunidades de trabalho. Esse é um convite para profissionais, visitantes e moradores de Bento Gonçalves e região.
Além do nosso bom vinho, convidamos você a desfrutar do conhecimento e dos benefícios da energia vinda do sol.