Um grupo formado por nove psicólogas gaúchas com atuação na área de recursos humanos, denominado Hands On, desenvolveu uma pesquisa com o objetivo de entender como a conhecida área de RH se vê e como é vista dentro das empresas. Foram entrevistadas pessoas que atuam na área e as que são atendidas por ela. Ao todo, foram mais de 600 respostas recolhidas de todo o país, a maioria delas na Região Sul.
— A pesquisa surge da inquietação da área de gestão de pessoas para repensar a contribuição do RH com o mercado de trabalho. O mercado mudou, e a sensação é de que o RH também vem se adaptando, precisa se adaptar — destaca Jaqueline Mânica, que coordena o Hand On, é consultora na área e professora do curso de Psicologia na PUC-RS.
Os dados obtidos evidenciam um descompasso entre como o RH se vê e como é visto dentro das empresas. Para se ter uma ideia, uma resposta essencial foi a dada para a pergunta "onde o RH acha que agrega valor no negócio", feita aos profissionais da área, e para a questão correspondente formulada às pessoas atendidas pelo RH _ "onde percebem que o RH agrega valor". Para quase metade dos profissionais, ou 47%, o RH agrega valor pelo seu envolvimento com a "estratégia do negócio".
No entanto, para 2 em cada 5 dos colaboradores e clientes entrevistados, ou 38,6%, o RH agrega valor ao cuidar de "seleção e demissão". O descompasso quanto à percepção de cada grupo é evidente (confira os principais dados nos quadros).
— O RH de hoje não é o mesmo que já foi. O mercado mudou. Talvez o RH tenha que sanar quais são as multitarefas que tem de fazer, se tem de fazer a festa de final de ano da firma, quais tarefas são relevantes para contribuir de fato — diz Jaqueline.
A psicóloga ressalta que o objetivo da pesquisa tem o propósito de promover a discussão no setor lançando um olhar sobre a prática do RH nos dias de hoje e sobre como reforçar a necessária contribuição com o mercado de trabalho. Para ter uma função tão estratégica quanto os profissionais entendem ser importante.
— Os RHs seguido estão fazendo treinamentos, capacitações. Mas, em alguns momentos, há um descolamento entre o que as pessoas precisam e querem, desde a direção até público cliente. Às vezes, o RH é muito fechado em si. Não somos nós quem estamos dizendo. A pesquisa tem o finalidade de fomentar a discussão.
Leia também:
BM afirma que roubo em Mato Perso é exceção e ressalta credibilidade da farda
Secretaria de Trânsito de Caxias inicia uso de bloqueador de fuga em operações de fiscalização
PDT decide não ingressar no governo de Eduardo Leite