Uma das duas unidades do Grupo Voges, de Caxias do Sul, que entrou em recuperação judicial em julho de 2013 pode ser vendida. A informação foi repassada na tarde desta quinta-feira pelo Sindicato dos Metalúrgicos. O comprador interessado será conhecido no dia 19 de setembro durante assembleia promovida pela entidade com funcionários e ex-trabalhadores da empresa. A que está sendo negociada é a Voges Motores, localizada na BR-116, bairro São Ciro. A empresa tem outra unidade, a Metalcorte, instalada junto ao prédio histórico da Maesa.
O advogado do Sindicato dos Metalúrgicos Valdecir de Lima diz que é a primeira vez que o sindicato foi procurado com uma proposta de compra concreta. Segundo ele, há grande chances do negócio ser concretizado e os trabalhadores receberem parte dos seus direitos. São 2,5 mil pessoas envolvidas. Destes, 2,1 mil entraram com processos na Justiça. Outros 400 ainda trabalham na empresa.
De Lima não adiantou nome do interessado e valores da negociação, mas garante que surgiu uma esperança para esses trabalhadores que esperam há anos para fazer o acerto das rescisões. Somente as dívidas trabalhistas da Voges somam R$ 73 milhões. De Lima adianta que o negócio, se fechado, pretende quitar parte deste valor.
Assembleia de credores
O Sindicato dos Metalúrgicos realizou assembleias com os dispensados da empresa e com o pessoal que ainda está trabalhando, nos dias 11 e 12 de setembro. Foram organizados dois horários para cada grupo para que todos os envolvidos (trabalhadores que não tiveram FGTS depositado ou não receberam as verbas rescisórias) pudessem comparecer e sanar suas dúvidas em relação a assembleia de credores que está marcada para as 9h desta sexta-feira.
Foram debatidas as possibilidades que podem ser apresentadas sobre um novo plano de recuperação ou pedido de falência. Valdecir de Lima conduziu uma votação com os participantes para que a vontade da maioria seja expressada na assembleia.
— A lei de recuperação judicial é complexa e dificulta que os trabalhadores recebam seus direitos. Porém, o caso da Voges não encerrou. Essa assembleia é importante porque pode definir o final dessa história. Dependendo do que for apresentado, os trabalhadores ainda podem receber seus direitos — avalia.