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As cooperativas gaúchas registraram crescimento acima do registrado pela economia do Rio Grande do Sul. O faturamento do setor chegou a R$ 43 bilhões, alta de 4,3% em relação ao ano de 2016, nos 13 segmentos de atuação. A maior parcela desse resultado veio do ramo agropecuário, que somou R$ 26,6 bilhões. Os dados foram divulgados durante o Tá Na Mesa, da Federasul, nesta quarta-feira.
O presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius, falou sobre o crescimento do setor cooperativista no Estado e destacou o aumento no número de sócios, geração de novos empregos, investimento das cooperativas em capacitação, novos hospitais e novas agroindústrias, faturamento, sobras, entre outros.
Diferente do modelo capitalista, que visa lucros, as cooperativas geram sobras. E nesse indicador de desempenho, a eficiência econômica das cooperativas gaúchas também se evidencia através do crescimento de 21,97% nas sobras apuradas, atingindo o valor de R$ 1,8 bilhão. E mais do que gerar e distribuir riquezas de forma proporcional ao trabalho de cada associado, as sobras permanecem nas comunidades nas quais as cooperativas estão inseridas.
A solidez do sistema cooperativista estadual se comprova na evolução do patrimônio líquido, que alcançou R$ 14 bilhões. Em relação aos ativos, o cooperativismo gaúcho registrou um acréscimo de 13,78%. Nos últimos cinco anos houve crescimento de 94,4% no total desses ativos, que em 2017 atingiu o valor de R$ 69,3 bilhões.
Em 2017, foram R$ 2,2 bilhões, expansão de 4,8% na geração de impostos em relação ao ano anterior.
Mesmo diante de um cenário de retração econômica, as cooperativas aumentaram seus postos de trabalho no Estado, com geração de 61,8 mil empregos diretos. Desses, 90,8% concentra-se nos ramos Agropecuário, Saúde e Crédito.
A participação da população gaúcha envolvida no cooperativismo é de 74,3%, considerando que a família de cada associado se constitui, em média, de três pessoas.
Serra tem 59 cooperativas
Reportagem publicada em julho de 2017 no caderno + Serra do Pioneiro, aponta que a Serra conta com 59 cooperativas, configurando-se na terceira região do Rio Grande do Sul com mais unidades. À frente estão o Noroeste (129) e a região metropolitana de Porto Alegre (123). Assim como acontece no Estado como um todo, quem puxa o desempenho serrano é a agropecuária. Ao todo, 27 das unidades são ligadas ao setor.
Uma das atividades com maior representatividade no cooperativismo serrano é a vitivinicultura. São seis cooperativas nesse grupo. O número já foi maior, mas, nos últimos anos, uma série de fusões criou estruturas mais encorpadas. É o caso da Nova Aliança, com sede em Flores da Cunha, que surgiu a partir da união de cinco cooperativas.
Segunda maior no segmento vitivinícola (a maior é a Aurora), a Nova Aliança conta com 850 associados e faturou R$ 160 milhões em 2016, crescimento de 20% frente ao ano anterior. Apostando principalmente na fabricação de suco de uva, a agroindústria deve seguir o ritmo de expansão.
A área onde o cooperativismo deu seus primeiros passos, no entanto, é a de crédito. A Sicredi Pioneira, sediada em Nova Petrópolis (capital do cooperativismo), foi a primeira cooperativa de crédito da América Latina e a primeira a surgir em solo gaúcho. Com 115 anos de atuação, a unidade gerenciou uma carteira de crédito de R$ 800 milhões, no primeiro trimestre de 2017. Em todo o Rio Grande do Sul, o chega R$ 15 bilhões o montante administrado pelo Sicredi.