Após dois anos de uma recessão que afetou em cheio a indústria automotiva, as empresas Randon começam a esboçar uma reação. As demissões pararam de acontecer em 2017, dando lugar a uma tímida retomada nas contratações. Paralelamente, o resultado do primeiro trimestre do ano foi de lucro e há perspectiva de que o balanço do primeiro semestre, a ser divulgado em 10 de agosto, seja positivo.
- Começamos a respirar – resume Daniel Randon, vice-presidente de Administração e Finanças da Randon SA Implementos e Participações.
Segundo Daniel, isso não significa que 2017 será um ano fácil, até porque a instabilidade política segue rondando e pode respingar na economia. No entanto, a companhia deve manter e até melhorar as vendas em determinados segmentos.
A expectativa é superar a marca de 60 mil caminhões fabricados em 2016, com uma demanda puxada principalmente pelo mercado externo. Ainda há a projeção de igualar a marca de 26 mil semirreboques produzidos no ano passado. Mesmo assim, os números estão longe dos melhores resultados já obtidos. O grupo chegou a produzir 219 mil caminhões e 75 mil semirreboques antes da crise.
Por outro lado, a companhia tem conseguido ampliar sua fatia de mercado. No segmento brasileiro de implementos, Daniel diz que a Randon chegou a 37% de market share. Em 2015, detinha 26% do espaço. O resultado é explicado pela conquista de novos clientes, em especial antigos compradores da Guerra, companhia que enfrenta dificuldades.
Atualmente, o grupo conta com 7,5 mil funcionários. No primeiro trimestre de 2017, o faturamento bruto da Randon foi de R$ 841,4 milhões.
Programa da Qualidade
Desde janeiro, Daniel Randon compagina seu trabalho na Randon com a função de presidente do conselho diretor do Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP), iniciativa que completa 25 anos em 2017. Para as próximas décadas, o programa definiu quatro desafios principais: foco na inovação, a melhoria da gestão nas cidades, implementação de novos modelos na excelência da gestão e na competitividade sustentável.
Em Caxias do Sul, o PGQP conta com a adesão de mais de 800 empresas, grande parte delas na indústria. Ao todo, essas companhias envolvem mais de 100 mil pessoas na região.