Item indispensável na casa da maioria das famílias, o gás de cozinha passará a pesar mais no orçamento. A partir desta quinta-feira, as distribuidoras começam a receber o produto com aumentos que variam entre 8% e 12%, dependendo do fornecedor.
O repasse da alta para o consumidor deve vir na próxima semana, conforme os estoques com o preço antigo forem sendo vendidos, avalia Alexandre Gil, delegado regional do Sindicato dos Revendedores de Gás do Rio Grande do Sul. Em alguns casos, o aumento pode demorar mais ou menos. Na prática, portanto, um botijão de 13 quilos que custa atualmente R$ 50 deve ter um incremento que varia de R$ 4 a R$6.
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O novo aumento no gás de cozinha ocorre em todo país e é motivado pela alta dos salários dos empregados (o dissídio da categoria tem como data-base o dia 1º de setembro) e por ajustes operacionais. Essa é a segunda elevação do ano: a primeiro se deu em março, quando houve reajuste de R$ 1 a R$ 2 no valor devido ao reajuste no preço médio ponderado para cálculo do ICMS (alta estadual).
– No ano passado, tivemos quatro aumentos. Neste ano, já é o segundo. Entendemos esse aumento natural de setembro, mas essa frequência está prejudicando o setor – analisa Gil.
Os constantes reajustes, que sozinhos já refletiriam no desempenho das vendas, impactam ainda mais por ocorrer em época de retração geral no consumo. Marcos Rogério Galimberti, gerente da Com Gás, explica que apesar de ser essencial nas cozinhas, as famílias têm conseguido gastar menos gás para economizar:
– O desemprego afeta bastante o comportamento do consumidor. Faltando dinheiro no mercado, a demanda é influenciada diretamente. Com aumentos, o cenário piora mais – observa.
Para tentar amenizar o reflexo da elevação dos preços nas vendas, algumas revendas não pretendem repassar a alta integralmente para o consumidor. Na A.L Gás, o reajuste deve ser de 8%, enquanto o fornecedor do empreendimento deve elevar o valor em 10%.
– É complicado, porque além dos aumentos, temos uma concorrência séria com estabelecimentos clandestinos. Eles chegam a cobrar R$ 40 por botijão, já que não pagam impostos. Em função disso, vamos tentar diminuir ainda mais nossa margem e não passar a alta toda – lamenta Lisiane da Costa Lyra, proprietária da A.L Gás.
Pesquisa traz economia
Para diminuir o impacto das constantes altas no gás de cozinha, vale sempre pesquisar preços e colocar na balança o custo-benefício da compra.Em uma pesquisa do Pioneiro realizada nesta quarta-feira, nota-se diferença de até R$ 7 na compra presencial de um botijão (de R$ 45 a R$ 52). Na modalidade tele-entrega, a diferença é de no máximo R$ 5 (de R$ 55 a R$ 60).
Além dos valores, considere ainda na escolha a qualidade dos serviços oferecidos pelo estabelecimento (garantia, assistência e histórico da marca).