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Ao contrário de anos anteriores, o frio não parece estar só de passagem em Caxias e na região. Desde o final de abril, as temperaturas baixaram com intensidade e não subiram mais. A sensação gelada deve perdurar por bastante tempo ainda, já que oficialmente o inverno só começa na próxima terça-feira.
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Juntamente com o frio, costumam surgir gastos mais expressivos no orçamento familiar. Além do vestuário pesado – mais caro que as peças leves–, aparelhos utilizados para esquentar o ambiente elevam a conta de luz ou então trazem custos adicionais com gás e lenha.
Prova disso é que o consumo na área de concessão da RGE, distribuidora que atende à Serra, sobe quase 30% no período de inverno na comparação com outros meses, conta Odair Deters, analista de Eficiência Energética da empresa. A boa notícia, ao menos, é que alguns cuidados podem amenizar os gastos familiares:
– O chuveiro é um dos vilões do consumo. No inverno, além da potência máxima dele ser exigida, as pessoas tendem a ficar mais tempo no banho. Ficar de olho no tempo do chuveiro, portanto, é essencial para a conta – ensina Deters.
Outra dica importante é priorizar sempre produtos com Selo A do Procel e do Inmetro. Conforme Deters, a certificação garante mais eficiência na energia, o que gera uma conta menos pesada para o consumidor.
Adquirir um produto sem esses selos, portanto, pode até gerar uma economia momentânea na hora da compra, mas em pouco tempo a escolha deixa de ser vantajosa.
– Vale lembrar também de sempre explorar os recursos dos aparelhos, especialmente os novos. A maioria conta com opções de desligamento automático e outros dispositivos que focam na economia – destaca o analista.
Abaixo, confira as características de alguns dos principais modelos disponíveis no mercado. Além do valor da compra, analise quanto terá que gastar no dia a dia com o aparelho e, assim, escolha qual cabe melhor no seu bolso.
COMPARE
FOGÃO A LENHA
* Como aquece: o calor é gerado pela queima da lenha
* Capacidade: indicado para ambientes de até 20 m² (embora abrange, com menor intensidade, áreas maiores do que isso). Por ser utilizado também para preparar alimentos, é ideal na cozinha
* Custo do aparelho: de R$ 340 a R$ 5,7 mil
* Custo com lenha: R$ 1,54 por hora. Um metro cúbico de lenha custa em média R$ 170 e dura cerca de 110 horas, ou menos, dependendo da intensidade do fogo
AQUECEDOR A ÓLEO
* Como aquece: o óleo é aquecido e troca calor com o ar do entorno. Como o ar não entra em contato com a resistência, o ambiente não fica ressecado. Não é necessário trocar o óleo e o aparelho é elétrico
* Capacidade: indicado para ambientes de até 20 m², como sala ou quarto
* Custo do aparelho: de R$ 179 a R$ 579
* Custo com energia: R$ 0,36 por hora/R$ 10,80 utilizando 1 hora por dia durante 30 dias (800 watts) - R$ 0,67 por hora/R$ 20 utilizando 1 hora por dia durante 30 dias (1500 watts)
LAREIRA A GÁS
* Como aquece: funciona com a queima do GLP (gás liquefeito de petróleo) de botijão. O modelo dispensa dutos para eliminar a fumaça, mas é aconselhável que o ambiente tenha pelo menos um ponto de ventilação para que não haja concentração dos gases eliminados durante a queima
* Capacidade: indicada para ambientes de 20 m² a 40 m², como a sala
* Custo do aparelho: de R$ 1.800 a R$ 3.450
* Custo com gás: R$ 1,56 por hora devido ao gasto de 400 gramas de gás. Um botijão de 13 quilos, que custa cerca de R$ 50, tem combustível para que a lareira funcione por cerca de 32 horas
AR CONDICIONADO SPLIT
* Como aquece: sistema é capaz de resfriar e também aquecer o ambiente. Esse modelo espalha o calor de maneira uniforme pelo ambiente e tem bom rendimento. A desvantagem é que ele precisa ser instalado por um profissional, sendo assim, há um gasto adicional para o consumidor
* Capacidade: depende a potência do aparelho. Um de 12 mil BTUs aquece um ambiente de até 20 m², já um de 30 mil BTUs aquece até 70 m²
* Custo do aparelho: de R$ 1.049 a R$ 3.749
* Custo com energia: R$ 1,58 por hora/R$ 47,41 utilizando 1 hora por dia durante 30 dias (12 mil BTUs, de teto) – R$ 3,95 por hora/R$ 118,66 utilizando 1 hora por dia durante 30 dias (30 mil BTUs)
TERMOVENTILADOR
* Como aquece: o termoventilador tem uma hélice que acelera a renovação do ar ao redor do aparelho, ampliando o alcance do sistema de aquecimento e esquentando rápido.
* Capacidade: indicado para ambientes de até 20 m², como sala, quarto, escritório e para aquecer rapidamente o banheiro
* Custo do aparelho: de R$ 59 a R$ 175
* Custo com energia: R$ 0,36 por hora/R$ 10,80 utilizando 1 hora por dia durante 30 dias (800 watts) – R$ 0,90 por hora/ R$ 27 utilizando 1 hora por dia durante 30 dias (2 mil watts)
FIQUE DE OLHO
* O uso consciente de cada um dos aparelhos, ao final do mês, tem impacto importante na conta de energia. Deixar de ligar a secadora com poucas roupas, demorar menos tempo no banho e não esquentar água para o chimarrão com jarras elétricas constituem pequenas ações que vão valer muito para frear o consumo de energia no inverno e deixar a conta de luz mais barata.
* A torneira elétrica, muito utilizada no Rio Grande do Sul, se ligada uma hora por dia vai gerar um impacto de R$ 67,50 na fatura. O chuveiro elétrico responde por até 30% do valor da conta de uma residência, de acordo com um levantamento da RGE. Para se ter ideia, o uso do chuveiro elétrico durante uma hora por dia, ao longo de 30 dias, levando em consideração um equipamento com uma potência de 6500 W, gera um custo de R$ 87,75 somente em energia, sem o acréscimo dos impostos.
* Diminua, quando possível, o tempo de uso desses aparelhos.Uma alternativa para ter um consumo mais eficiente de energia nas residências é a substituição das lâmpadas comuns por equipamentos de LED. Mesmo com o preço de aquisição mais elevado, em média, cada lâmpada dura 10 vezes mais do que as convencionais e, em uma residência, a economia gerada pode ser de até 40%.
* Além de adotar hábitos para economizar no dia a dia, a troca de equipamentos antigos por outros mais eficientes também gera economia. Priorize produtos com Selo A do Procel, pois isso indica quais são os eletrodomésticos mais eficientes no consumo de energia.
* Outro ponto a ser observado são as instalações elétricas antigas. Fios com emendas ou sem a isolação adequadas podem gerar um gasto desnecessário de energia. É importante levar em consideração de que muitas construções foram projetadas no tempo em que as famílias não possuíam tantos aparelhos elétricos e a sobrecarga em uma rede interna inadequada também é sinônimo de um prejuízo invisível.
Fonte: Cristian Sippel, engenheiro de Eficiência Energética da RGE