Frio e vinho. Uma excelente opção para combinar com o feriadão que começa amanhã. Além das temperaturas baixas, a programação do Dia do Vinho tem intensificado as vendas em Caxias. Na Cooperativa Vinícola Nova Aliança, as vendas na indústria, em maio, aumentaram 40% em comparação com abril. Comparado ao mesmo período de 2015, o incremento foi de 8% no varejo da vinícola, mesmo com os preços mais altos.
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Para o diretor comercial da Nova Aliança, Marciano Paviani, o crescimento das vendas se deve a fatores específicos como a chegada do frio rigoroso, a manutenção do custo de safra de 2015 para os vinhos nacionais e o valor do dólar, entre R$ 3,70 e R$ 3,80, para os importados.
– Existe uma empolgação dos consumidores que ficam esperando o frio para fazer compras. O consumo é muito significativo.
Segundo Paviani, em função da defasagem do preço da uva e da quebra da safra, a vinícola de Flores aumentará cerca de 35% seus produtos até setembro.
– Vamos precisar ser criativos e buscar novos mercados para manter as vendas. Se o dólar continuar nesse patamar, o vinho nacional ganha competitividade – comenta Paviani.
A aposta da Nova Aliança é o lançamento do quentão sem álcool, inédito no mercado. Para o coordenador das lojas de Flores e Caxias, Bruno Xavier, a bebida tem boa aceitação entre os clientes.
– Estamos vendendo bem, mas pretendemos aumentar os negócios para as festas juninas das escolas do próximo mês – destaca.
O sócio-proprietário da Tumelero Comércio de Bebidas, Rudimar Tumelero, confirma o momento positivo. Segundo ele, as vinícolas que conseguiram manter preços mais competitivos estão vendendo mais seus produtos.
– É um mês (maio) de recuperação. As vendas estão em um ritmo muito bom. O (vinho) nacional e importado tiveram uma alta (de preço) muito grande. O importado por causa do aumento do dólar, e as vinícolas nacionais reajustaram os valores entre 10% e 30% – afirma.
Para Tumelero, o custo diferenciado de cada vinícola na compra da uva motivou o preço final dos vinhos nacionais.
– O consumidor decide se paga ou não.
Mesmo com a quebra de uva de 65%, o empresário aposta que não faltará vinho tinto, mas deixa o otimismo de lado quanto aos brancos e espumantes.
– Tudo vai depender da demanda e do consumo, mas a safra foi pequena – alerta.
Hotéis lotados no feriadão
Os dois principais roteiros turísticos do Rio Grande do Sul estão com a taxa de ocupação dos hotéis acima dos 90%. O final de semana prolongado, que inclui os feriados religiosos de Corpus Christi e Nossa Senhora do Caravaggio, aliado à chegada do frio com força, atraiu turistas de várias regiões do país.
É o caso do casal de Curitiba, Milton, 61 anos, e Sandra Nita, 58 (foto). Eles aproveitaram o convite de um amigo de Farroupilha para um encontro de motociclistas e estenderam o passeio pela região. No início da semana, visitaram Veranópolis, o Vale dos Vinhedos e o distrito de Tuiuty, em Bento. Nos próximos dois dias, o destino será Gramado.
– Sempre gostamos de vir à Serra gaúcha. É a nossa quinta viagem pela região. A primeira de moto. Aproveitamos o convite para o encontro de motociclistas e os dias de frio. Unimos o útil ao agradável – conta Sandra.
Segundo o presidente do Sindicato de Hotéis da Região das Hortênsias (SHRH), Fernando Boscardin, a ocupação nos hotéis é de 95% em Gramado, e em cidades como Canela, Nova Petrópolis e São Francisco de Paula, a taxa é de 90%.
– Os números melhoraram muito entre o final de abril e o início de maio. Estávamos vivendo um período bastante difícil, com diárias baixas. Antes, a média da ocupação nos dias de semana era de 45% e nos finais de semana de 65%.
A liberação da ERS-115, entre Gramado e Três Coroas, também colaborou para o incremento de turistas da Região das Hortênsias.
Em Bento Gonçalves, Farroupilha e Flores da Cunha, a ocupação deve chegar a 90% a partir de amanhã. A estimativa é da diretora executiva do Sindicato Empresarial de Gastronomia e Hotelaria da Região Uva e Vinho (SEGH), Márcia Ferronato. Nos municípios de Caxias, Carlos Barbosa e Veranópolis, a média pode chegar a 70% da ocupação.
– A procura é boa e representativa, mas estamos em um ano complicado. Não é um ano fácil. A média está se mantendo, mas o faturamento é menor – analisa Márcia.