![Jonas Ramos / Agência RBS Jonas Ramos / Agência RBS](http://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/17755215.jpg?w=700)
Toda a programação da Semana do Empreendedorismo deste ano de Caxias foi norteada pelo tema "Sucessão, empreendedorismo e inovação", mas foi possivelmente nesta sexta que ocorreu o encontro que mais agregou essas palavras de uma só vez. Reunidos em um painel realizado na Câmara de Indústria Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), os empresários David Randon (Grupo Randon), Gelson Castellan (Móveis Florense), Mauro Bellini (Marcopolo) e Rogério Tondo (Tondo S/A) falaram sobre os desafios de suceder alguns dos maiores impérios da região. Não à toa, o bate-papo mediado por Carlos Heinen, presidente da CIC, foi chamado de "Encontro de Gigantes".
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No caso do Grupo Randon, David explicou que todo o processo de sucessão do pai Raul para ele demorou quase 20 anos. A empresa contou com a ajuda de uma consultoria externa que se encarregou de avaliar os perfis de cada um dos familiares para sinalizar a melhor opção.
- Costumo dizer que quando o presidente é o fundador, é ele que manda, ele que decide. Depois disso, passa a atuar a governança. Hoje represento, além de mim, os meus irmãos, os acionistas. Falo sempre que estou presidente, não sou presidente - ressalta Randon.
Na Florense, o perfil de Gelson também foi o que contou mais na hora de escolher o sucessor de Lourenço. Além disso, detalha que a empresa conta com um acordo societário que "regulamenta" os processos e os formatos que gerem o empreendimento.
- Antes de estar na presidência, eu era diretor, juntos com meus irmãos. Em 1997, pedi que me dessem um voto de confiança. O cargo que ocupo é da empresa, não é meu. Disse na época que no momento em que eu não cumprir com minhas responsabilidade, deixaria o cargo. E penso isso até hoje - avalia Castellan.
Já na Marcopolo, Mauro relata que há uma regra na empresa em que membros da família não podem atuar na área executiva. O empresário, que é presidente do conselho de administração, reitera que um sucessor "não pode cair de paraquedas" no comando do negócio.
- É muito importante também que quem assuma a empresa saiba informar os outros famialiares sobre todas as decisões. A pior coisa que tem é a família descobrir pelo jornal os movimentos da empresa. Temos esse cuidado na Marcopolo - ensina Bellini.
Rogério explanou que, na Tondo, o processo de sucessão foi complexo e envolveu várias consultorias. Além da dificuldade natural em escolher o substituto de Dalvino (falecido no ano passado), outro problema foi a resistência do fundador em "passar o bastão".
- Às vezes algumas dificuldades e cenários adversos ajudam a escolher o sucessor. No nosso caso, a minha iniciativa em alguns momentos mais complicados foi importante na decisão - detalha.
O encontro desta sexta-feira, que lotou o restaurante Sica, da CIC, foi realizado pelo Sebrae e pela Gaúcha Serra.