
Longe de apresentar sinais de melhora, a economia de Caxias segue em queda livre neste ano. De janeiro a setembro, a cidade acumula queda de 16,4% em 2015. Até dezembro, esse índice de perdas deve chegar na casa dos 20%, segundo projeções de especialistas, e seguir sem mostrar recuperação no início do ano que vem. O desempenho econômico de Caxias e as perspectivas pouco animadoras para o curto prazo foram apresentadas nesta quinta-feira pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias (CIC) e pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).
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Após tantos meses em queda, o que mais preocupa o cenário na visão dos especialistas (e da comunidade) é a total falta de perspectiva. Carlos Heinen, presidente da CIC, destaca que momentos ruins não são raros, mas a duração dessa crise é o que vem assustando mais.
- É desesperadora a situação. Em 2009, apesar do momento ruim, tínhamos uma ideia de quando poderia melhorar. O governo tem que parar de se preocupar com 2018. Não existe um plano estratégico no Brasil, sequer um ajuste fiscal. Essa indisciplina da gestão está cobrando o preço e seguirá cobrando - alerta.
A indústria e o comércio são os setores mais afetados na cidade, com quedas respectivas no ano de 21,6% e 24,9%. Embora a "virada da curva" ainda seja incerteza, Carlos Zignani, diretor de Economia, Finanças e Estatística, acredita que a situação deve ao menos amenizar a partir do segundo semestre do ano que vem:
- As eleições municipais devem melhorar o cenário a partir do segundo semestre, porque a política se movimenta e o otimismo aparece mais. Além disso, acredito que o resultado das exportações vai aparecer com mais força também nessa época. Antes disso, porém, nada deve mudar muito. Teremos o restante de 2015 e os seis primeiros meses de 2016 com bastante dificuldades e incertezas - avalia.
Além do cenário econômico desfavorável, o clima instável que imperou durante todo o ano também é apontado por Ivonei Pioner, diretor da CDL, como justificativa para as baixas vendas. A primeira semana de junho e a primeira semana de setembro, segundo o dirigente, foram as piores para as lojas e coincidiram com as épocas mais chuvosas na cidade.
- Há dois anos, lembro que não havia nenhuma sala comercial para alugar na Avenida Júlio (de Castilhos), entre a Borges de Medeiros e a Feijó Junior. Agora já contei 22. Isso tudo é reflexo desse momento - conta Pioner.
O mercado de trabalho também reflete expressivamente esse período de baixas consecutivas na economia. Atualmente, há 171.451 trabalhadores formais na cidade, patamar quase igual (171.472) ao final de 2010.