De todos os setores caxienses, o comércio é o que está sendo mais afetado com a desaceleração na economia. O segmento amarga perdas de 23,7% neste ano em relação ao ano passado, que já não havia sido um período muito próspero. Com medo de ser demitido (ou pior: depois de já ter perdido o emprego), o caxiense vem adquirindo menos, priorizando apenas o necessário e otimizando o que já tem em casa.
Nesse cenário em que economizar é regra, vem ganhando espaço em Caxias estabelecimentos que consertam eletrodomésticos, roupas, sapatos e outros itens. Na Eletrônica Pasqual, por exemplo, o movimento aumentou em torno de 20% nos últimos dois meses. O atendimento cresceu principalmente nos segmentos de televisores, liquidificadores e secadores.
- Na maioria dos casos, são pessoas que querem economizar, não querem gastar com um item novo nesse momento. Até consertos em televisores mais antigos, que tinham pouca procura, agora estão aparecendo de novo. E normalmente sai bem mais em conta mesmo - conta Bruna Gregório, gerente e sócia-proprietária da Pasqual.
Mesmo nos pontos de conserto que não registraram alta nos pedidos, o baque nas vendas está sendo menos expressivo do que no comércio, já que novos públicos estão aderindo ao "mercado de reformas". Quem já costumava ajustar itens, porém, também está gastando menos, percebe Raquel Lang Matté, proprietária da Restaura Jeans.
- Alguns clientes que vinham tingir cinco peças, hoje optam por duas ou três. Mas tem também quem nunca vinha, só comprava novas, e agora está escolhendo reformar - analisa.
Seu bolso
Para economizar, consumidores de Caxias investem em consertos e brechós
Incertezas do mercado obrigam as pessoas a não contrair novas dívidas e, assim, preservar ao máximo o que se tem
Ana Demoliner
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