Ceasa de Caxias do Sul deve sofrer impactos dos protestos nesta quinta-feira

Na Ceasa de Caxias do Sul, a quarta-feira é um dos dias de menor movimento. Mesmo assim, os boxistas já começam a se preocupar em como cumprir os prazos de entrega. Com caminhões parados nos pontos de bloqueio e poucos compradores chegando, o medo é que a situação piore nos próximos dias.

O coordenador da Ceasa, Gilnei Bogio, afirma que por enquanto a região segue sendo abastecida. O risco é que nos próximos dias comece a faltar produtos trazidos de outras regiões, como laranja, mamão, manga, pimentão, melão e abacaxi. De acordo com ele, muitos boxistas trazem frutas e verduras da Ceagesp, onde a situação já é considerada crítica.

A realidade só não está pior em Caxias porque muitos produtores da região mantiveram o fornecimento, usando rotas alternativas até a Ceasa e evitando os pontos de protesto. Como segunda e quinta-feira são os dias de maior movimento, quando recebe seus maiores compradores, o temor é que muitos caminhoneiros não consigam chegar à Ceasa. Sem compradores, os produtos podem começar a estragar.

- Tenho manga até apodrecer, porque não tem comprador. Estão todos parados na estrada. Por enquanto não está faltando nada, só clientes pra comprar - reclama o boxista Ademir Henkes, lamentando que nesta quarta-feira não teve vendas.

A previsão dos boxistas é que os preços comecem a subir nesta quinta-feira em cerca de 10%. A paralisação já representa um aumento no custo do transporte, pois os comerciantes são obrigados a pagar mais aos caminhoneiros que não aderiram à greve. Um caminhão carregado saiu de São Paulo na tarde desta quarta-feira para abastecer o box de Célio Veronese. Se chegar no prazo marcado, o motorista receberá um bônus. Mesmo assim, traz 20% menos produtos: de 50 itens da lista, conseguiu carregar no Sudeste apenas 40.

Algumas bancas já estão sem produtos. Marcelo Girre conta que deveria entregar 200 caixas de maracujá em um supermercado amanhã. Porém, não tem nada em estoque e o caminhão com a carga ficou preso em Sombrio-SC. Ele deveria ter chegado com as frutas ao meio-dia desta quarta-feira, mas até as 15h sequer havia conseguido carregar o veículo com os produtos.

Feiras

De acordo com a Secretaria de Agricultura, as feiras rurais ainda não foram afetadas porque são comercializados produtos da região. O setor deve ser prejudicado se faltar combustível.