Depois de paralisar as atividades da Voges em protesto aos funcionários demitidos que ainda não receberam as verbas rescisórias, o Sindicato dos Metalúrgicos promoveu um encontro na entidade com representantes da empresa, do Ministério do Trabalho e Emprego, do Ministério Público e de entidades patronal e dos trabalhadores.
Na ocasião, Assis Melo, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, afirmou que a reivindicação atual é para que a Voges reintegre os funcionários demitidos recentemente. Caso contrário, a entidade irá procurar formar legais da empresa decretar falência.
- Queremos que a empresa se recupere, mas não às custas do trabalhador. Se não tem condições de pagar verbas rescisórias, que reintegre o trabalhador ou peça falência. Já é um trauma ser demitido no final do ano e o trabalhador ainda não recebe o que é de direito - avalia Assis.
O diretor da 5ª Vara Federal do Trabalho, Ricardo Fabris de Abreu, destaca que quando a Voges apresentou à Justiça o plano de recuperação judicial, não constava no documento que seriam realizadas demissões em massa. Em função disso, é possível que a Justiça faça alguma intervenção na empresa. A sugestão do sindicato - de reintegração dos funcionários - não pode ser descartada, segundo Abreu.
Nesta terça-feira, às 11h, uma audiência pública está prevista na Justiça do Trabalho para debater novamente o tema. Novas paralisações na empresa também devem ocorrer. Procurada pelo Pioneiro, a Voges reforça que "todas as medidas tomadas visam a manutenção das operações e consequente conservação de aproximadamente 900 empregos diretos". Confira abaixo a nota na íntegra.
O Grupo Voges Comunica
O Grupo Voges informa que em continuidade às reuniões mantidas desde a última semana com representantes do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos, participou, nesta segunda-feira, de encontro no qual estiveram presentes os representantes da Justiça do Trabalho, do Ministério Público do Trabalho e dos trabalhadores, e o Administrador Judicial da Recuperação Judicial (RJ).
Nesta oportunidade, o Grupo ratificou que todas as medidas tomadas fazem parte do programa de reestruturação da companhia, em linha com seu plano de Recuperação Judicial aprovado em Assembleia Geral de Credores em setembro de 2014. Reforçou ainda que a paralisação das atividades fabris penaliza a produção diária e, por consequência, dificulta ainda mais o cumprimento dos compromissos futuros, entre eles as obrigações trabalhistas.
Cabe salientar, que o Grupo Voges está em processo de elaboração do Edital de Alienação da Unidade Produtiva Motores e demais documentos, sendo que a impossibilidade de os colaboradores acessarem as dependências da empresa poderá atrasar esse cronograma.
O Grupo Voges reforça que todas as medidas tomadas visam a manutenção das operações e consequente conservação de aproximadamente 900 empregos diretos e tantos outros indiretos e que são fundamentais para manter o Grupo em operação, buscando beneficiar a sociedade local, seus colaboradores remanescentes, seus clientes e fornecedores, e o bom cumprimento do Plano de RJ, cujo ingresso pelo Grupo Voges ocorreu em junho de 2013.
Mobilização
Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias sugere que Voges reintegre demitidos ou peça falência
Nesta terça-feira, às 11h, uma audiência pública está prevista na Justiça do Trabalho para debater novamente o tema
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