O desempenho da indústria caxiense não está desacelerado apenas nas negociações que envolvem parceiros nacionais. Os resultados fora do país também não vão bem e as exportações caíram 6,7% de janeiro a setembro, sendo que no segmento de bens de capital (como ônibus e caminhões) a queda no faturamento foi ainda mais acentuada: 21,71%, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento.
Juntamente com as vendas, cai a representatividade das negociações internacionais na lucratividade do setor metalmecânico. As exportações, há sete anos, eram responsáveis por 20% do faturamento da indústria da cidade. Agora, relata Getulio Fonseca, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), representam cerca de 10%.
- O índice de exportações vem caindo ano a ano na indústria do país devido ao chamado custo Brasil. Temos sérios problemas de logística e de tributação. Para se ter uma ideia, o Chile importa alguns automóveis da Coréia do Sul, que fica do outro lado do mundo, porque sai mais barato do que comprar de fábricas do Brasil. Até a porta da fábrica o custo é o mesmo, mas depois não somos competitivos - analisa Fonseca.
Outro agravante no cenário internacional neste ano é a crise na Argentina, que normalmente aparecia como principal destino das vendas - hoje está em terceiro. Na Marcopolo, por exemplo, as exportações caíram 15% neste ano em relação ao ano passado e a situação no país vizinho é apontada como principal causa da baixa na gigante caxiense.
