Na tentativa de amenizar o impasse entre a Voges e os 250 funcionários que foram demitidos recentemente da empresa e ainda não receberam as verbas rescisórias, representantes da companhia e do Sindicato dos Metalúrgicos promoveram uma audiência pública na manhã desta terça-feira na Justiça do Trabalho.
O encontro foi conduzido pelo juiz da 4ª Vara do Trabalho, Rafael Marques, e contou com a presença de outros juízes e autoridades. Ao final da reunião, que durou quase três horas, ficou decidido que a Voges deve pagar R$ 2 mil a cada um dos funcionários até janeiro, sendo três parcelas de R$ 500 em dezembro e outra até 22 de janeiro.
O restante das rescisões será pago após serem abertas as propostas de compra da empresa. A decisão deve passar por validação dos empregados nesta quarta-feira, em assembleia.
Antes de chegar a esse acordo, porém, a Voges propôs que apenas os funcionários demitidos que não têm depósito de FGTS recebessem R$ 1 mil cada um. O sindicato não aceitou a sugestão e reivindicou a reintegração dos empregados demitidos, o que também foi recusada por representantes da empresa que consideraram a ideia "impossível". A proposta aceita pelos dois lados foi sinalizada pelos juízes que mediaram o encontro.
Outra determinação que foi incluída no acordo é que a Voges contratará uma empresa de consultoria específica para auxiliar na recolocação dos empregados em uma nova posição junto ao mercado de trabalho. Também serão abonadas as horas não-trabalhadas pelos empregados em decorrência da paralisação desta terça e segunda-feira. Se os trabalhadores aceitarem a proposta, as atividades da Voges serão retomadas.
No ano passado, em razão da dívida de R$ 358 milhões e com dificuldades para comprar matéria-prima, o Grupo Voges ingressou no fórum com um pedido de recuperação judicial. Em nota, a Voges reforçou que "todas as medidas tomadas visam a manutenção das operações e consequente conservação de aproximadamente 900 empregos diretos".
Acordo
Audiência determina que ex-funcionários da Voges, de Caxias, devem receber R$ 2 mil até janeiro
Assembleia nesta quarta-feira com os empregados validará proposta
GZH faz parte do The Trust Project