Os beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida poderão agora contar também com uma linha de crédito para mobiliar os imóveis. O anúncio do governo federal ocorreu nesta quarta-feira e atende a uma antiga demanda do setor moveleiro da Serra. Ao todo, a linha de crédito do programa soma R$ 18,7 bilhões e atenderá todas as faixas de renda do programa com limite de até R$ 5 mil por família.
A medida, que deve impulsionar a produção da indústria moveleira, foi recebida com empolgação por representante do setor. O presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado (Movergs), Ivo Cansan, ressalva, porém, que o alto endividamento da população pode frear algumas adesões ao programa:
- Não sabemos ao certo ainda qual a capacidade que a população está tendo em honrar as dívidas que já fizeram. Mas, sem dúvidas, toda medida que vem para beneficiar as classes menos favorecidas e proporcionar novas linhas de crédito é positiva.
Cansan destaca ainda que, se o endividamento não impactar fortemente nas negociações, o crescimento do setor na classe C deve ser de cerca de 10% com a nova linha de crédito e de 3% nos resultados gerais. A expectativa serve de alento para a indústria moveleira do Estado já que, nos últimos dois meses, o setor havia apresentado baixas.
- Fechamos 2012 com crescimento de 3% e agora trabalhamos com a projeção de encerrar este ano com um aumento de pelo menos 4% - adianta Cansan.
Em Bento Gonçalves, principal polo do setor no Estado, há cerca de 300 fabricantes de móveis. Conforme Cansan, estima-se que pelo menos dois terços desse total (200 empresas) sejam beneficiados com a nova medida de alguma forma.
Além de móveis, a nova linha de crédito contempla a aquisição de eletrodomésticos. O financiamento, que foi chamado de Minha Casa Melhor, terá taxa de juros de 5% ao ano e prazo de até 48 meses para pagar, sendo que haverá desconto de 5% na nota fiscal sobre os preços à vista. A expectativa do Ministério das Cidades é de que 3,4 milhões de famílias sejam beneficiadas com o programa.