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Por onde você andar no México, haverá referências a Frida Kahlo. Não à toa. A pintora é uma das artistas latino-americanas mais reconhecidas no mundo todo — para se ter uma ideia, ela foi a primeira artista mexicana a ter obras expostas no Museu do Louvre, em Paris, na França. Ao chegar ao bairro de Coyoacán, um dos mais antigos da Cidade do México, a presença da pintora é ainda mais forte. Foi na casa número 247 da Rua Londres que ela viveu com a família e seu grande amor, o também pintor Diego Rivera. Hoje, a moradia é a disputada Casa Azul — o Museu de Frida Kahlo.
Para celebrar o nascimento deste ícone da arte — a pintora completaria 113 anos na próxima segunda-feira, dia 6 de julho —, nosso tour será pelo universo íntimo de Frida. Vamos lá?
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Frida nasceu Magdalena Carmen Frida Kahlo Calderón. Filha de Wilhelm (Guilhermo) Kahlo e Matilde Calderón, natural de Oaxaca, estado mexicano, tinha três irmãs: Matilde e Adriana (mais velhas) e Cristina (mais jovem).
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Aos seis anos, contraiu poliomielite – a primeira de muitas doenças que enfrentou até a sua morte, aos 47 anos, devido a uma embolia pulmonar –, o que a deixou com a perna direita mais curta. Foi por isso que a artista foi apelidada de "Frida pata de palo" (Frida perna de pau). As saias longas e armadas e as blusas coloridas, além de homenagear as mulheres de Oaxaca, onde a mãe nasceu, eram uma forma de disfarçar a perna menor. Os vestidos de Frida, que ficaram guardados por muitos anos, hoje estão expostos no museu.
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Não bastasse a sequela da pólio, em 17 de setembro de 1925, quando tinha 18 anos, Frida sofreu um trágico acidente. O ônibus em que viajava bateu em um bonde. Ela teve fratura de vários ossos e lesões na espinha dorsal e permaneceu meses sem poder se mover. Sua mãe colocou um espelho no teto da cama (foto acima) para que Frida pudesse se ver. Foi neste período que ela começou a pintar — das suas 143 pinturas, mais de 50 são autorretratos.
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O museu tem obras importantes de Frida, como as telas Viva la Vida (1954, acima), Frida y la cesárea (1931) e Retrato de mi padre Wilhem Kahlo. Também há quadros inacabados, como Paisaje de Nuevo York e Autorretrato.
> Frida foi membro do Partido Comunista Mexicano e professora da Escola Nacional de Pintura e Escultura La Esmeralda.
> A Casa Azul hospedou por dois anos, entre 1937 e 1939, o político soviético León Trotsky e sua esposa Natalia Sedova. Eles estavam exilados.
> As cinzas de Frida estão na penteadeira de seu quarto, dentro de uma urna pré-hispânica com um desenho de sapo — uma clara referência a Diego, que gostava de se autodenominar o sapo-rã.
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Por causa da pintura, se aproximou de Diego Rivera, com quem se casou em 1929. Na foto acima, o quarto de Diego.
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Fechado desde 21 de março por causa da pandemia, o museu costuma ser muito visitado — é recomendado comprar os ingressos pela internet, no site do museu. Por lá, além de toda a história de Frida, estão vários móveis e utensílios do dia a dia da família, como os da foto abaixo.
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Tour virtual
No site museofridakahlo.org.mx é possível fazer um passeio pela Casa Azul de Frida. Acesse e divirta-se!