Iberê Camargo era o pintor das texturas em telas de grandes proporções. Ele lançava sobre a tela pás de tinta densa e pastosa. Depois de acumular tinta sobre tinta, em algum momento era possível perceber como ele extraía a imagem em meio a esse processo vertiginoso e virulento. A artista plástica caxiense Natalia Bianchi é pintora do mesmo naipe desses extratores de imagem como Iberê. Natalia extrai sua pintura da fluidez da água, deslizando a pena embebecida de tinta sobre o papel. Fosse música, Iberê seria cortante como o som polifônico e dissonante da banda Sonic Youth. Enquanto que Natalia tem a docilidade poética e monotonal das músicas da cantora Björk.
Artes visuais
Natalia Bianchi abre a mostra Acromatopos, no Campus 8
Artista plástica tem baixa visão, entre 15% a 20% do que maioria das pessoas é capaz de enxergar
Marcelo Mugnol
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