Ao sonhar com a presidência todo o cidadão ambiciona o melhor. Para si e para o seu compadrio. Para o país, quem sabe. Ou não se sabe. Tudo, porém, enraizado e enroscado no orgulho pessoal. É a suprema aspiração de qualquer político de projeção. Num determinado momento, ele se julga o ungido. O iluminado. Simplesmente, o "cara". Não foi assim que Obama se referiu a Lula? Verdade que ao ensaiar seus primeiros passos internacionais e isso convinha ao ego brasileiro. Aí, Luís Inácio achou que estava por cima da carne seca – tipicamente nordestina. Não esqueçamos que para os americanos, essa é uma expressão usual, quase vulgar, corriqueira, para derreter o gelo e deixar um matuto mais à vontade no meio dos graúdos da pesada. Todavia, o processo de endeusamento alavancou e decolou. Enfim, no Brasil, alguém com poderes sobrenaturais. Uma espécie de senhor dos anéis. Até que a podridão submergiu nas profundezas de um vasto mar de lamas. E sabe-se lá o quê e o quanto mais está por vir.
Opinião
Francisco Michielin: por que Lula?
O príncipe encantado que, na verdade, não passa de um sapo barbudo
Francisco Michielin
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