Às vezes, é tênue a linha que separa contos e crônicas. Por isso, apesar de a ficha catalográfica classificá-los como crônicas, a escritora Marilia Frosi Galvão prefere se referir aos 37 textos de Fagulhas (Quatrilho Editorial, 100págs., R$ 29,90), seu livro de estreia (que tem lançamento neste sábado em Caxias do Sul), apenas como textos literários. Ou pequenos lampejos, centelhas que remetem a memórias de coisas vividas e inventadas.
- São fagulhas de afetos - sintetiza.
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Marilia conta que sempre escreveu e guardou. Professora por formação, lecionou literatura e português por muitos anos. Quando se aposentou, em 2009, decidiu dedicar-se a coisas que lhe davam prazer e para as quais, antes, não tinha tempo. As duas primeiras foram cursar francês, na Aliança Francesa, e começar a participar de oficinas literárias.
- O livro é fruto desses anos de escrita. Alguns surgiram em oficinas com Nivaldo Pereira e José Clemente Pozenato, ou oficinas do Órbita Literária, e outros espontaneamente - conta, acrescentando que uma grande incentivadora foi a amiga e vizinha Maria Helena Balen, escritora falecida em meados de 2014.
No início de 2015, Marilia começou a juntar tudo o que tinha no computador e mostrou a alguns escritores, que a incentivaram a publicar. Outra fagulha acendeu-se, e ela resolveu inscrever uma seleção de suas crônicas-contos no Financiarte, conseguindo o aval para o projeto.
Os textos, organizados em quatro partes (Lampejos de memória, Flanando por aí, Revelações, reflexões e ficções e Receitas com amor e humor), passeiam por memórias afetivas da autora, por artistas por ela admirados - Marcel Proust, Virginia Woolf, Gertrude Stein -, por lugares e por fatos aparentemente banais do cotidiano, que ela veste de poesia. A poeticidade da obra completa-se com uma capa inspirada na tela Noite Estrelada, de Van Gogh.
A sessão de autógrafos de Fagulhas será neste sábado, das 10h às 13h, na livraria Saraiva do shopping Iguatemi Caxias.
