A "nação de nações" exaltada no discurso do então presidente Getúlio Vargas quando inaugurou o Monumento Nacional ao Imigrante, em 1954, pode ser percebida como um prenúncio do futuro de Caxias.
A terra prometida dos imigrantes italianos - forjada por trabalho, valores familiares e religiosidade - tornou-se sonho de consumo de outros imigrantes que, com o passar dos anos, foram mudando a cara da cidade, literal e metaforicamente.
O pesquisador e escritor José Clemente Pozenato, que assina artigo nesta edição do Dialeto, já tinha atentado para essa mudança e escrito um texto publicado em Brasília intitulado Elogio à diversidade. Nele, dizia que "era difícil num país, catequizado na ideia da unidade nacional, não raro entendida como uniformidade, com 'três raças fundadoras', pensar a diversidade dentro dele. Hoje, faz-se urgente colocar a diversidade em questão, e a Festa da Uva adotou a ideia como tema".
Na festa, aliás, será lançado um projeto audiovisual de reverência à história recente dos pioneiros, chamado Monumentos ao Imigrante - que relembra bastidores da construção do monumento de Caxias e do de Nova Milano e como a campanha de nacionalização durante a Segunda Guerra tentou aniquilar esses símbolos.
A pesquisadora Cleodes Maria Piazza Julio Ribeiro, responsável pelo argumento desse projeto, também fala sobre o embate e festeja o resgate como forma de perenizar a memória desses feitos, dividindo as páginas centrais do caderno com Pozenato.
Cultura
Caderno Dialeto de janeiro versa sobre os imigrantes de ontem e de hoje
Diversidade celebrada também pela Festa da Uva 2014
Tríssia Ordovás Sartori
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