"É infinitamente mais fácil sentar no sofá para ver televisão do que para ler um bom livro", diz o narrador-protagonista Bento Bandini nas primeiras páginas do livro homônimo, que acaba de ser lançado pelo escritor de Flores da Cunha Flávio Luis Ferrarini.
Aqueles, entretanto, que resolverem deixar a preguiça de lado e apostar na leitura de Bento Bandini - Seja Você Mesmo (editora Maneco, 124págs., R$ 20) não vão se arrepender: a história é divertida, irreverente, como pede o público a que se propõe a atingir, o infanto-juvenil.
Autor de mais de duas dezenas de livros (esse, que dá início a uma nova série, é o 22º), Ferrarini resolveu usar histórias de sua própria infância nessa obra. Tanto que o personagem é um menino tímido do interior, como ele próprio foi, que prefere inclusive se expressar por escrito do que falando.
Mas pode ser, também, que Bento Bandini tenha um pouco de centenas de outros meninos e meninas por aí: afinal, pelas suas contas, o escritor já passou por cerca de 120 escolas de várias cidades falando de seus livros, e, observador como é, deve ter captado histórias e impressões do que viu e ouviu.
- Duas coisas são fundamentais para quem escreve: imaginação e memória - ensina, explicando que tira suas ideias de vivências e observações.
Essas histórias, imaginadas e observadas, começaram a ser colocadas no papel ainda na infância, influenciado pelas histórias lidas para ele pelo pai. Na adolescência, ouviu de uma professora, dona Bernardete, que tinha talento, e não parou mais de escrever. Ferrarini lista ainda uma terceira pessoa importante para sua carreira: o crítico paulista José Paulo Paes, que, em abril de 1991, fez uma resenha elogiosa de um livro seu no jornal O Estado de S. Paulo, além de lhe mandar uma carta sugerindo que escrevesse para o público infanto-juvenil.
O escritor pensou no assunto, e assim, alguns anos depois, nasceu O Segredo de Ogliver Nut, seu primeiro livro para esse público, seguido de 10 outros títulos, que já venderam mais de 30 mil exemplares. E há ainda os outros livros, de poesias, crônicas, contos. Porque uma coisa é certa: escrever, para ele, é como respirar.
- Não consigo parar - diz.
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Maristela Scheuer Deves
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