Erom Cordeiro comemora a chance de viver personagens diferentes

De temperamento curioso, Erom Cordeiro, o Tobias de Amor Eterno Amor, faz parte do time dos atores sempre envolvidos em papéis diversificados, característica que deveria ser regra, mas nem sempre é seguida por gente já consagrada na teledramaturgia. Para ele, quanto mais diferente e complexo for o personagem, melhor. 

- Fiquei alguns anos fora das novelas, focado em projetos mais experimentais, mas hoje vejo que é possível juntar o ritmo industrial da tevê com personagens arrojados e elaborados - avalia.

Cada personagem é recebido por ele como uma chance de aprendizado. Ano passado, ao interpretar o padre Francisco de Morde & Assopra, o ator alagoano, de 34 anos, precisou mergulhar na doutrina católica e nos dilemas religiosos de um sacerdote apaixonado por uma beata. Atualmente, na trama de Elizabeth Jhin, busca o perfil interiorano, além de aprender os costumes nativos da Ilha do Marajó, Pará. 

- Não sabia de nada sobre a região e me vi diante de uma natureza deslumbrante - destaca.

Ser um peão, contudo, não é exatamente uma novidade para Erom. Em 2005, em uma participação especial na novela América, ele deu vida a Zeca, que se envolveu afetivamente com Júnior, personagem de Bruno Gagliasso. Foi protagonista do censurado primeiro "beijo gay" da televisão nacional, que foi gravado, mas não chegou a ser exibido. 

- Voltei a ser peão, mas agora de conteúdo mais discreto. A relação entre o Zeca e o Júnior repercute até hoje. Bom ver que a televisão está cada vez mais aberta a qualquer tipo de discussão - analisa.

Nos últimos dois anos, além do visual rústico de Tobias, Erom usou um bigodinho no estilo década de 1940 para interpretar o jogador de futebol Alberto do filme Heleno. Também descoloriu os cabelos para ser o trapezista Robson, de O Palhaço; aderiu ao look comportado para viver um padre na novela Morde & Assopra e, em Paraísos Artificiais, que estreou na última sexta-feira, aparece em versão playboy. 

- Passar de um personagem para o outro é um grande barato. Gosto de assistir aos trabalhos e me ver dentro de outros contextos - conclui.