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A firma foi fundada ainda em 1912, mas o endereço mais lembrado surgiu em março de 1948, na esquina das ruas Andrade Neves e Pinheiro Machado. Há 71 anos era inaugurado lá "o novo e alteroso prédio" da Firma Eberle Kochemborger & Cia Ltda, especializada na produção de joias.
Conforme informações contidas no Álbum Comemorativo do 75º Aniversário de Colonização Italiana no RS, lançado em 1950, a empresa iniciou como uma simples ourivesaria, passando, em 1926, a fabricar joias em pequena escala, com importação e venda por atacado.
Texto original da época evocava o crescimento:
"No ano de 1934, decidiram os dirigentes dedicar-se apenas à fabricação de joias dos mais diversos tipos, em escala mais vasta. Atualmente, a firma é uma das mais importantes no seu ramo, tendo seus produtos a melhor aceitação não só neste Estado, como também no Rio de Janeiro e São Paulo, mantendo viajantes e representantes nas principais praças do país. A linha de produção abrange aproximadamente 200 artigos, incluindo aneis, brincos, correntes, pulseiras, broches e braceletes em ouro, prata e platina".
A reportagem de 1950 também destacava o moderno maquinário:
"Conta a fábrica com uma das afamadas máquinas “Gourmet”. Trata-se de uma máquina automática para produção de correntes, na qual entra o fio de prata e sai a corrente pronta. A firma Eberle Kochemborger foi a primeira no Brasil a possuir esta importante máquina, recebida em 1939".
Na imagem maior acima, o novo prédio recém-concluído em 1948, com o letreiro original — atualmente, o espaço abriga uma academia de musculação e ginástica.
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O ourives e a piteira
Em 1950, a Eberle Kochemborger somava cerca de 200 funcionários, que atuavam basicamente na ourivesaria e nas seções de gravação em aço e trabalhos em prata. À época, a empresa tinha como sócios a Metalúrgica Abramo Eberle, o ourives e diretor técnico Reynaldo Kochemborger e os senhores Riquelme Triches, Aristides Peroni, Jaime Moro, Henrique Bertelli, Alcides Bacarin e Wilson Brandt.
Foi de Reynaldo, conhecido como Reinaldino, a ideia para que Abramo Eberle adotasse uma "marca" para os produtos da metalúrgica. O ourives sugeriu a figura de uma piteira, de formato singular e semelhante a uma corneta — recordação trazida por Abramo de São Paulo, em 1906.
Sugestão aceita, dois anos depois, em 1908, o adorno passou a acompanhar as peças da fábrica e, posteriormente, a decorar duas bordas do telhado: no terraço da Sinimbu e na esquina da Borges com a Os Dezoito do Forte.
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