Não faz muito escrevi aqui sobre a importância de desenvolver um repertório amoroso. Ou seja, de conhecer as próprias emoções para detectar o que sentimos e conseguimos expressar ou, em determinado momento, para controlarmos essa expressão. Estou com raiva? Gratidão? Angústia? E o que o outro está sentindo?
Parece um pouco óbvio que ter vontade de chorar tem ligação com ficar triste, mas “chorar de emoção” também pode significar alegria. Ou euforia. Nem sempre é tão claro. Que tal fazer uma tentativa de traduzir o sentimento em palavras, buscando algum grau de exatidão nelas?
Se a ideia soa estranha, sinaliza que precisamos, de fato, aprender a fazer isso. Há escolas nas Ilhas Canárias, Reino Unido e Malta que têm inteligência emocional como disciplina obrigatória no currículo. E também existem escolas no Estado e até em Caxias do Sul que tratam do assunto em sala de aula, educando a gurizada para melhorar as relações interpessoais. Um conteúdo muito, mas muito útil para a vida.
O assunto não é novo – em 1995, o jornalista e psicólogo Daniel Goleman lançou a obra Inteligência Emocional, que já foi traduzida para mais de 40 idiomas – mas é cada vez mais necessário saber gerir situações inesperadas.
Eis que leio a entrevista de um renomado psiquiatra espanhol chamado Luis Rojas Marcos, em que é questionado pelo repórter do El País sobre a importância do “falar”. Em determinado ponto, versa sobre quais palavras estão em sua “caixa de primeiros socorros ”.
Foi minha parte favorita do texto e, por isso, compartilho-a.
– Para mim, a palavra mais importante, profissional e pessoalmente, é “conte-me”, mas, para isso, você precisa estar disposto a escutar, e isso nem sempre acontece. Outra é “perdoe-me”: pedir perdão é fundamental, porque sem perdão não há futuro na vida – respondeu Marcos.
Ele também comenta sobre o “te amo”, que é ótimo de escutar de alguém quando é verdadeiro (e dizer), e que deveria ser muito mais praticado como expressão do amor próprio. Útil e importante.
Ainda não faz isso? Pelo que dizem, basta treinar para começar a nomear as emoções e melhorar as interações.