O menino que cresceu comendo as beiradas de massa de pastel cruas que o pai fazia, um dia resolveu morder a grande maçã. A decisão de Rafael Rech mudar-se para Nova York foi aos 20 anos. Antes, conviveu muito com o pai, o chef de cozinha Nelson Rech, no balcão do restaurante, onde amava principalmente o setor de doces e chicletes. O apetite pelo mundo era grande, mas, antes de partir, o rapaz ainda teve tempo de frequentar as cadeiras do curso de Audiovisual na Unisinos, e dirigir três curtas, entre documentário e ficção, realizando múltiplas funções.
– Me mudei para Nova York aos 20 anos para “tentar a vida”. Mas, hoje, sei que o que fui fazer lá foi entender um pouco mais do mundo fora, apesar de antes ter vivido em São Paulo. Foi quando realizei importantes conexões profissionais – conta o rapaz hoje com 32 anos, há nove radicado na Cidade do México.
Versátil, atualmente desempenha as funções de modelo, fotógrafo e influencer junto à Agência CMDX.
– Dediquei muitos anos da minha vida atrás das câmeras, até o momento em que recebi um convite para modelar. Tinha dúvidas, mas, desde a primeira semana, já estava sendo bookeado pelos melhores fotógrafos do país e conheci muita gente rapidamente. Em um mês já estava desfilando no Fashion Week México – conta.
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Com os requisitos para lá de qualificados para os flashes, Rafael protagonizou campanhas para diversas marcas, como Smirnoff, Cerveza Modelo, capa de Ozono, além estilistas independentes. Foram cinco capas de revistas e diversos outros editoriais publicados no México, Brasil e Estados Unidos.
A versatilidade do caxiense, que estudou no Colégio La Salle, depois no Dante Alighieri e no Objetivo e que sonhava em ser diretor de videoclipe, não para. Uma de suas novas incursões é na área de Design Industrial e de Produto: criou uma linha de unicórnios de resina, cromados, à la Jeff Koons – conceiturado artista e escultor estadunidense.
– Vendemos 15 peças ao redor do mundo, entre Romênia, Alemanha, Estados Unidos e Brasil. Também criei uma série de bordados com as minhas tatuagens que foi um sucesso – conta.
Mas, intrépido, não se aquieta. E, como acredita que ser modelo é ser também performer, eis mais uma faceta da versatilidade do guapo:
– Sou host e performer de diversas festas muito exóticas na CDMX y Guadalajara. São festas um pouco polêmicas para os conservadores. Me diverte muito, sinto que vou ter 25 anos para sempre, apesar da maturidade psicológica acompanhar a gente – diverte-se.
E, apesar de acreditar que a vida no México “me sienta perfecto a mi personalidade”, Rafael diz que não descarta voltar à Serra e para a Caxias da qual tem lindas lembranças. Desde que seja, claro, para investir em algo arrojado, como é da sua personalidade.
– Outro dia um amigo me perguntou se eu voltaria a viver em Caxias. Respondi que sim. Acho que se a cidade algum dia chegasse à quantidade de uns 3 ou 4 milhões de habitantes, ela teria uma “vibe” completamente cosmopolita. E em uns 40 anos quem sabe não será o melhor lugar do mundo? Se eu voltasse abriria uma boate conceitual e promoveria festas inusitadas. Gostam? – provoca.
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