Foi um debate de estocadas, mas dentro da civilidade e da convivência adequada entre os dois candidatos em segundo turno à prefeitura de Caxias do Sul. Entre essas estocadas, o candidato Maurício Scalco (PL) lembrou:
– Crítica não é ataque e prefeito deve prestar contas à população.
O debate foi centralmente de um "pente-fino" no Governo Adiló, que está sob escrutínio nessa eleição, e menos de detalhamento de propostas para os próximos quatro anos.
– O senhor tem solução pra tudo, qual é a mágica – perguntou o candidato Adiló Didomenico (PSDB).
– Tudo é projeto. Agora está prometendo mais projeto – devolveu Scalco.
Adiló bateu na tecla de que "Caxias não suporta mais uma aventura", uma referência ao governo ex-prefeito Daniel Guerra, mas que Adiló não menciona explicitamente.
– Aventura é ficar mais quatro anos esperando – rebatia Scalco.
Esse último contraponto dará o tom do que virá até o dia da eleição. As estocadas serão crescentes, afinal, o momento da decisão se aproxima. O debate revelou também estratégias de enfrentamento e flancos abertos, explicitados pelas provocações recíprocas. Espera-se que o detalhamento de propostas para a cidade também avance até o dia do voto.
Um dos assuntos centrais foram as obras de recapeamento asfáltico em 66 trechos de ruas da cidade, com recursos aprovados pela Câmara de Vereadores, que teve voto contrário do vereador Scalco. O candidato do PL destacou que é "obra sem planejamento", pela necessidade de haver projetos de redes de drenagem. Adiló, então, valorizou-se:
– Eu conheço a cidade, por baixo e por cima, difertente do senhor que começou a andar pela cidade agora – alfinetou.
Scalco contrapôs com o índice de cumprimento do plano de governo, que Adiló cita ter chegado a 92%.
– A limpeza urbana melhorou 92% – questionou Scalco.
Esse rosário de provocações imprimiu o tom de um debate de estocadas, que serão crescentes, e de pente-fino do atual governo, a nortear as estratégias de campanha até o dia do voto.